Depois de terem recebido entusiasticamente João Paulo II e Bento XVI, os cubanos vão ouvir Francisco falar de reconciliação, nas etapas de Havana, Holguin e Santiago.
O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse na quarta-feira "ser provável" um encontro entre o papa e Fidel Castro "mesmo se não está ainda previsto, numa altura exata, no programa" do papa em Cuba, entre sábado e a próxima terça-feira.
"Não temos preocupações especiais com a segurança, o papa pretende deslocar-se livremente e faz questão de manter o contacto com as pessoas", afirmou Lombardi.
Com uma agenda muito carregada, o papa, de 78 anos, vai pronunciar 26 discursos, dos quais quatro serão em inglês.
Francisco vai ser o primeiro papa a falar no Congresso norte-americano, onde poderá sublinhar a responsabilidade da superpotência na limitação da poluição do planeta.
Na ONU – na quinta visita de um papa à sede da organização – o foco vai estar no programa social e ecológico de Francisco contra "a cultura do desperdício" e "a mundialização da indiferença".
O papa argentino deverá pedir compromissos concretos na conferência do clima (COP21) em Paris, em dezembro. Defenderá uma solução negociada no Médio Oriente, uma reciprocidade no diálogo com o Islão e a defesa dos cristãos perseguidos em todo o mundo.
Francisco deverá também recomendar ações coordenadas contra o tráfico dos seres humanos e no acolhimento dos migrantes. Um tema muito sensível nos Estados Unidos, onde os políticos conservadores querem limitar a imigração da América Latina.
O programa norte-americano prevê vários encontros com sem-abrigo, famílias de imigrantes, detidos e membros da comunidade hispânica.
Francisco visitará também o "Ground Zero", local dos atentados de 11 de setembro de 2001, em Nova Iorque, e vai canonizar um missionário franciscano espanhol, Junipero Serra, que participou na evangelização dos índios na Califórnia (costa oeste) no século XVIII.
Em Filadélfia (Pensilvânia), o papa vai presidir ao encerramento do oitavo Encontro Mundial das Famílias católicas, onde são esperadas multidões para ouvir a sua mensagem sobre o casamento e a família, dias antes do início em Roma do sínodo dos bispos de todo o mundo dedicado a estes temas.
Para as autoridades norte-americanas, a visita do papa é um desafio sem precedentes em matéria de segurança.
Os serviços de segurança presidencial – encarregados da proteção do Presidente norte-americano e da sua família – serão os responsáveis pela segurança do papa durante toda a visita ao país, de 22 a 27 de setembro, com três escalas previstas (Washington, Nova Iorque e Filadélfia).
Além das visitas à Casa Branca e ao Congresso na capital federal, ou à sede da ONU, o papa vai presidir a uma série de missas nas três cidades da costa leste do país. Na última, Filadélfia, a missa será ao ar livre perante dois milhões de pessoas, de acordo com as previsões da organização.
Cerca de 50 agências de segurança norte-americanas, incluindo os serviços secretos, o FBI, a polícia e os bombeiros de Nova Iorque, os serviços municipais de emergências, o serviço de transportes, as guardas costeiras e alfandegárias foram mobilizados em terra, água e ar.
Lusa/SOL