A manifestação e as greves foram convocadas pelas três grandes centrais sindicais do país — SAK, STTK e Akava -, que representam 80% da população ativa (2,2 milhões), o que faz delas o maior protesto laboral na Finlândia das últimas duas décadas.
Portos, aeroportos, transportes urbanos, correios, fábricas de papel, comércio e serviços públicos estão os setores mais afetados pelas greves.
A Finlândia está no terceiro ano consecutivo de contração da economia, provocada principalmente pela perda de competitividade das duas indústrias-chave — florestal e tecnológica -, o que fez subir a dívida pública para 60% do Produto Interno Bruto.
Na semana passada, e depois de fracassarem as negociações com patrões e sindicatos para um "contrato social" que reduzisse os custos de produção, o Governo dirigido por Juha Sipila apresentou um pacote de medidas para reduzir a despesa pública e o custo do trabalho.
Entre as medidas figura a redução dos dias de férias dos trabalhadores dos atuais 38 para 30, com a qual o Governo prevê poupar 640 milhões de euros, reduzir o pagamento de horas extraordinárias e baixar o pagamento do primeiro dia de baixa por doença de 100% para 75%.
Outra medida é a redução de 1,72% da prestação paga pelas empresas à segurança social por cada trabalhador e transformar dois feriados em dias livres não-remunerados.
As três centrais sindicais opõem-se unanimemente ao pacote de cortes, argumentando que eles afetam sobretudo os funcionários públicos e os trabalhadores com empregos precários.
Por outro lado, consideram a legislação "uma ingerência sem precedentes" do Governo na negociação com os parceiros sociais, ao substituir de forma unilateral os acordos entre patrões e sindicatos por leis.
Lusa/SOL