Uma questão ridícula

A polémica que se instalou à volta de uma sondagem da Eurosondagem, que dava a maioria de votos ao PS mas a maioria de deputados à coligação, é absolutamente ridícula. Como ridícula é a manchete do Expresso dizendo que o PR chamará a formar Governo quem tiver maior número de mandatos. Mas poderia haver alguma…

Esclareçamos.

As percentagens nacionais têm um valor puramente indicativo, ou seja, legalmente não valem nada. Os deputados são eleitos por círculos, e o que interessa são as percentagens em cada círculo – que, de acordo com o método de Hondt, estabelecerão o número de deputados que cada partido terá nesse círculo eleitoral.

Repito: as percentagens nacionais não contam para coisa nenhuma. E mesmo as percentagens por círculos só contam para a eleição do número de deputados, não têm valor em si. Passado o momento da votação, as percentagens são deitadas fora e o que fica é o número de deputados eleitos.

Portanto, lançar dúvidas à volta disto, ou mesmo fazer humor – como fez António Costa, dizendo qualquer coisa como «eles querem ganhar marcando menos golos mas por terem mais jogadores em campo» — é uma infantilidade.

As percentagens servem para calcular o número de deputados que cada partido terá em cada um dos 22 círculos eleitorais – e quem formará Governo será a força politica com mais deputados.

Alguma dúvida?