A matemática aprende-se praticando. O conselho é ouvido pelos estudantes a partir do momento em que pisam uma sala de aula, e retransmitido insistentemente ao longo do percurso escolar. Entre julho e fevereiro do passado ano letivo, doze escolas da região de Lisboa e Setúbal levaram a ideia mais longe ao proporcionarem a algumas turmas dos 3.º e 4.º anos do ensino básico um ‘laboratório’ onde se aprende matemática pondo ‘as mãos na massa’: o ‘Mima’. A iniciativa foi um sucesso.
'Até os mais pequenos gostaram de experimentar os nossos materiais. Foi uau!'
A matemática aprende-se praticando. O conselho é ouvido pelos estudantes a partir do momento em que pisam uma sala de aula, e retransmitido insistentemente ao longo do percurso escolar. Entre julho e fevereiro do passado ano letivo, doze escolas da região de Lisboa e Setúbal levaram a ideia mais longe ao proporcionarem a algumas turmas dos 3.º e 4.º anos do ensino básico um ‘laboratório’ onde se aprende matemática pondo ‘as mãos na massa’: o ‘Mima’. A iniciativa foi um sucesso.
Este foi um projecto europeu que decorreu simultaneamente em cinco países (Alemanha, Itália, Hungria e Reino Unido), movendo mais de 110 professores de cerca de 40 escolas. Ao todo, 1600 estudantes dos 8 aos 10 anos experimentaram as potencialidades de aprender matemática de forma interativa.
Em Portugal, o MiMa foi implementado por uma equipa da Universidade Nova de Lisboa que formou 40 professores do primeiro ciclo do ensino básico. Por sua vez, estes professores levaram para dentro das salas de aula as metodologias propostas e o resultado junto dos cerca de 750 alunos que participaram no projeto não poderia ter sido mais animador: todos os professores envolvidos reportaram impactos muito positivos, especialmente a nível de motivação. Os resultados foram partilhados ao longo do ano na página de Facebook do MiMa.
Aprender, construindo e explicando
A professora Fátima Rodrigues, docente da Universidade Nova de Lisboa e uma das mentoras do MiMa considera que este sucesso é fruto da “própria metodologia, que foi criada entre cinco universidades europeias e resultou num conjunto de 10 atividades, algumas testadas em simultâneo nos cinco países”.
Dentro de cada atividade, os alunos foram convidados a aprender matemática através de diferentes meios, nomeadamente através da construção de sólidos partindo de uma planificação. No final de cada laboratório, os alunos expuseram os materiais conseguidos e a explicação sobre o processo e os conceitos matemáticos aplicados era feita pelos próprios, o que “gerou muito entusiasmo e satisfação” da parte dos mesmos, refere Fátima Rodrigues. “A exposição foi espetacular. Até os mais pequenos gostaram de experimentar os nossos materiais. Foi uau!”, diz Afonso, aluno do 4º ano.
Apesar de os professores do primeiro ciclo que participaram terem recebido formação específica, Fátima Rodrigues diz que este não é um projeto limitativo e os métodos estão abertos a todos os docentes interessados: “A nossa ideia é que os professores vão ao site http://www.mathematicsinthemaking.eu/, retirem os materiais e sigam a metodologia MiMa”.
Mas o interesse despertado na classe docente tem sido tão vigoroso que o grupo por detrás do MiMa está “a equacionar fazer outro projeto virado para a formação de professores de 1º Ciclo”. E em receita vencedora (e didática) não se mexe: a ideia é continuar a pôr a 'mão na massa'.
Até ao próximo dia 30 os trabalhos dos alunos estão expostos na Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa, prontos para inspirar todos os alunos e docentes a percorrer os caminhos da matemática por outra via.