Para Guterres, que ontem foi entrevistado pela RTP, “a situação demográfica na Europa não é sustentável sem um certo nível de emigração” e os 500 mil refugiados que esperam por acolhimento na Europa poderão ser parte da solução para este problema, se forem acolhidos e integrados.
O antigo primeiro-ministro português lembrou que muitos dos refugiados em fuga da guerra da Síria pertencem à classe média, “têm curso superior e vão dar uma boa contribuição para o desenvolvimento europeu”.
Em vésperas da cimeira extraordinária de líderes, que amanhã reúnem em Bruxelas para discutir a crise dos refugiados, o alto comissário da ONU apela a uma união dos Estados-membros para responder à vaga migratória. “Se cada país agir por si, não haverá forma de lidar com o problema. É preciso uma resposta solidária da Europa”, alerta.
Num continente de 500 milhões de pessoas, a chegada de 500 mil refugiados não deveria constituir uma ameaça, diz Guterres. E critica a falta de uma verdadeira política da Europa para os migrantes: “Se houvesse uma política solidária, este problema seria facilmente gerido”.
joana.f.costa@sol.pt