"Penso que falta uma política metropolitana, em que os municípios, com o apoio da Assembleia da República, e o Estado se entendam e trabalhem numa política metropolitana, de desenho universal em termos de transportes", afirmou Manuel Ramos.
O cabeça de lista pelo círculo eleitoral de Lisboa do MPT, invisual, advogou que "os transportes possam ser acessíveis a todas as pessoas que tenham alguma deficiência, alguma limitação ou não", nomeadamente idosos, e que se deve "apostar numa política de transportes mais inclusiva".
"Os portugueses são pessoas, não são números e a política de transportes tem de ser radicalmente alterada", apontou José Inácio Faria, presidente do MPT e eurodeputado, que acusou a coligação PSD/CDS-PP de estar mais preocupada com as questões financeiras do que com políticas viradas para as pessoas.
Segundo José Faria, o MPT tem "políticas muito concretas" para apresentar no Parlamento, na área do trânsito e da prevenção rodoviária, lamentando que haja "diretivas comunitárias que não estão a ser aplicadas" neste setor em Portugal.
"Fazer/Votar Diferente, pela felicidade dos portugueses" é o lema da campanha do MPT, expresso nos "outdoors" do partido, mas alguns apresentam um código de "realidade aumentada" para serem observados com o recurso a uma aplicação de "smartphone".
Para Manuel Ramos, "uma das formas de fazer diferente é revolucionar a campanha, criar um conteúdo interativo" nos painéis, para que através do telemóvel se consiga "ter acesso a diversos conteúdos".
Os eleitores, através da aplicação gratuita "AR", podem ter acesso a vídeos com discursos e outros conteúdos, como as propostas e os candidatos do partido, mas José Faria salientou que este tipo de "outdoors" não foi colocado em zonas que possam contribuir para distrair os automobilistas.
O presidente do MPT assegurou que Manuel Ramos, caso seja eleito, deixará as cores do partido à porta do Parlamento para promover e apoiar políticas que beneficiem a qualidade de vida de todos os portugueses.
"Este Parlamento tem a mesma composição há 18, 20 anos. As políticas são as mesmas de há 20 anos. O Partido da Terra gostaria de ver uma composição bastante diferente, pelo menos que trouxesse novas ideias", admitiu José Faria.
Numa pequena caminhada pelas avenidas da República e 05 de outubro, até ao Campo Pequeno, duas dezenas de candidatos e militantes, com bandeiras verdes do MPT, distribuíram alguns folhetos e a mensagem de lutar "pela felicidade dos portugueses".
Numa esplanada, os dirigentes entregaram folhetos a um casal de turistas argentinos, a quem explicaram a vocação "ecologista" e "humanista" do MPT, e que foi fundado pelo arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles.
Os dois turistas retribuíram que a Argentina também vai ter eleições e, se não podem votar no MPT, pelo menos desejaram "muita sorte".
Lusa/SOL