Francisco Louçã falou hoje aos jornalistas durante o almoço da campanha do Bloco de Esquerda – que hoje junta no Pavilhão Atlântico cerca de 2000 pessoas – e admitiu que "um partido aprende sempre com a vida" porque não há ninguém que "tenha sempre dias de sol", considerando que o partido "superou as dificuldades da forma mais inteligente, mais capaz, puxando pelas melhores pessoas e mostrando que pode ser uma alternativa pelo país".
"O Bloco de Esquerda conseguiu relançar-se, renascer, reconstruir a sua base, ser mais forte, mais amplo, ouvir mais as pessoas e isso é a prova de que a esquerda está na luta", enfatizou, esperando um resultado "muito forte" do partido para que "ajude a vencer a direita, esta gente que anda com o rei na barriga, como se o país fosse deles".
Na opinião do ex-coordenador do BE, aquilo que a porta-voz, Catarina Martins, fez nos debates "foi mostrar que havia gente preparadíssima", tendo juntamente com a cabeça de lista por Lisboa, Mariana Mortágua e a eurodeputada Marisa Matias trazido à campanha uma "força de renovação e uma força de esperança".
"Portugal está triste e eu sinto nesta campanha [do Bloco] um levantamento de confiança, de vontade, de determinação, de gente preparada. Assisto, acompanho e vibro com esta campanha porque acho que ela é extraordinária", disse, visivelmente entusiasmado.
Louçã considera que "já ninguém diz" que o BE vai acabar, considerando que sendo as campanhas das anteriores eleições – nas quais o partido perdeu representação parlamentar em Portugal e em Bruxelas – são em contextos diferentes, e que a atual para as legislativas é de "uma coragem extraordinária, é de uma grande raiz popular".
Sem querer fazer antevisões do que é um "resultado forte" para o BE, o antigo líder do partido considerou que o importante "é responder ao país", admitindo que "a direita recuperou alguma coisa perante um PS que se quis colar muito às soluções de direita".
Questionado sobre a ausência de entendimento entre o BE e o PS, Louçã respondeu com perguntas: "não está a ver a esquerda a defender os despedimentos facilitados? Não está a ver a esquerda a defender que se corte a pensões por um bolso ou por outro?".
"É preciso pensar menos em partidos e mais em soluções", atirou.
Para Louçã é "tão cansativo ouvir políticos a falar do seu próprio poder, daquilo que eles querem", questionando "o que é que eles querem para o país".
Lusa/SOL