O ataque, segundo o presidente da Câmara Municipal de Baruta, Gerardo Blyde, foi realizado por um grupo de entre 50 e 60 motociclistas que, transportando armas e granadas, circularam pela autoestrada Francisco Fajardo, desde Caricuao, na zona oeste da capital, até Petare no extremo leste de Caracas
Segundo Blyde, o ataque aconteceu pelas 03:15 locais (08:45 em Lisboa), quando duas "comissões" da PoliBaruta verificavam a identificação de quatro cidadãos, que circulavam em diferentes viaturas.
Um dos oito polícias feridos encontra-se hospitalizado numa clínica de Caracas.
Blyde disse que as granadas usadas são de "uso exclusivo das Forças Armadas Bolivarianas" da Venezuela, pelo que instou as autoridades competentes a aprofundarem as investigações.
Fontes não oficiais dão conta que uma das granadas usadas pelos atacantes era do tipo M26, de fabrico norte-americano e com explosivo C4 e a outra de fabrico alemão, GPM 75 com TNT.
As autoridades suspeitam que os motociclistas procuravam assassinar polícias em represália pelo recente homicídio de dois alegados criminosos, durante uma operação policial.
Na Venezuela ocorreram, nas últimas 72 horas, quatro atentados contra organismos policiais. O primeiro deles na noite de sexta-feira, quando vários homens armados atacaram a divisão de Homicídios do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (Cicpc), em Mariara, Estado de Caracas (centro do país).
O segundo atentado aconteceu na manhã de sábado, em Caracas, quando dois motociclistas lançaram uma granada contra uma esquadra do Cicpc em El Llanito (leste).
Na tarde de domingo dois motociclistas foram detidos pelas autoridades depois de lançarem uma granada contra a sede da Polícia Municipal de Guárico (centro do país), na localidade de San Juan de los Morros.
A granada bateu contra uma árvore, o que impediu que atingisse a entrada da sede policial, ocasionando no entanto danos materiais numa viatura privada e em vários veículos da polícia.
Várias organizações não governamentais dão conta que a Venezuela tem uma das taxas de homicídio mais altas do mundo, referindo 82 vítimas por cada 100.000 habitantes, enquanto que os dados oficias apontam para 62 vítimas por cada 100.000 habitantes.
Em julho último o Governo venezuelano lançou a Operação Libertação do Povo (OLP), centrada na redução da insegurança e no combate aos grupos criminosos.
Desde julho e até 14 de setembro 1.574 pessoas foram detidas durante ações da OLP e demantelados 87 grupos criminosos.
Lusa/SOL