Falando na Assembleia-Geral da ONU, Obama disse-se no entanto preparado para trabalhar com a Rússia e o Irão para resolver o conflito.
O presidente norte-americano lamentou o argumento de alguns países, designadamente a Rússia e o Irão, que apoiam "tiranos como Bashar al-Assad" sob pretexto de que a alternativa "seria pior".
"Dizem-nos que essa retração é necessária para rechaçar a desordem, de que é a única maneira de erradicar o terrorismo ou impedir ingerências externas", disse.
"De acordo com esta lógica, devemos apoiar tiranos como Bashar al-Assad, que lança bombas-barril para massacrar crianças inocentes, porque a alternativa é certamente pior", acrescentou.
Obama assegurou no entanto abertura para negociar com qualquer país com vista a uma solução do conflito sírio: "Os Estados Unidos estão preparados para trabalhar com qualquer nação, incluindo a Rússia e o Irão, para resolver o conflito", disse.
O presidente norte-americano afirmou, noutro passo, que as sanções impostas à Rússia em consequência do conflito na Ucrânia não são "um desejo de voltar à Guerra Fria", mas antes de proteger a soberania de Kiev.
"Não podemos ficar impassíveis quando a soberania e a integridade territorial de um país é flagrantemente violada. Se isso acontecesse na Ucrânia sem consequências, podia acontecer a qualquer país aqui presente", afirmou.
"É essa a base das sanções que os Estados Unidos e outros parceiros impuseram à Rússia. Não é um desejo de voltar à Guerra Fria", acrescentou.
Obama falou também de Cuba, país com o qual os Estados Unidos iniciaram recentemente uma normalização das relações diplomáticas, para apelar para o fim do embargo imposto à ilha em 1960.
O presidente disse-se confiante de que o Congresso dos Estados Unidos vai "inevitavelmente levantar um embargo que já não devia existir", suscitando os aplausos da assembleia de 193 países.
Obama admitiu que a política norte-americana em relação a Cuba "não conseguiu melhorar as vidas dos cubanos", mas acrescentou que a questão dos direitos humanos continua a ser uma preocupação na relação com Havana.
Lusa/SOL