Três famílias de Leiria inscreveram-se para acolher refugiados

Três famílias inscreveram-se nos serviços da Câmara de Leiria para acolher refugiados e seis instituições do concelho também manifestaram disponibilidade para apoiar, disse hoje à agência Lusa a vereadora com o pelouro do Desenvolvimento Social da autarquia.

"Inscreveram-se nos serviços de Ação Social para acolher refugiados três famílias residentes no concelho. São pessoas que têm casas devolutas que podem entregar a refugiados ou que estão disponíveis para os acolher no seu próprio domicílio", afirmou Ana Valentim.

A vereadora explicou que ao nível das instituições inscreveram-se seis que querem colaborar no apoio aos refugiados quer na procura de trabalho, no fornecimento de alimentação e vestuário e, mesmo, na sua integração nas respostas sociais que desenvolvem.

"Trata-se de entidades sem fins lucrativos que desenvolvem a sua ação nas áreas da deficiência, infância ou terceira idade", referiu Ana Valentim.

Há duas semanas, o presidente da Câmara de Leiria, Raul Castro, manifestou "abertura condicionada" para acolher refugiados por o município não ter atualmente habitações para disponibilizar e defendeu ser necessária a articulação com o Governo.

Na ocasião, Raul Castro anunciou a disponibilização de formulários para que os munícipes interessados em acolher refugiados o comuniquem aos serviços de Ação Social da autarquia "para ser possível aferir as respostas existentes no concelho para a eventualidade de este vir a ser parte das soluções de acolhimento no país".

Ana Valentim adiantou hoje que todas as instituições e associações do concelho foram contactadas por mensagem eletrónica para aferir dos recursos disponíveis no concelho para apoiar os refugiados.

Salientando a necessidade de haver um plano de intervenção nacional para dar resposta a esta problemática, a vereadora disse ainda acreditar que os apoios no concelho "poderão aumentar significativamente".

"Nesta fase, é importante ter um conhecimento concreto dos recursos existentes no terreno e o município está disponível para centralizar esta rede de ajuda", acrescentou.

O ministro Poiares Maduro anunciou na segunda-feira que Portugal vai receber 30 refugiados durante a primeira quinzena de outubro a pedido da Comissão Europeia.

Em declarações aos jornalistas, no final da cerimónia de assinatura de três memorandos relativos ao acolhimento de refugiados, o ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional referiu que Portugal foi convidado pela Comissão Europeia para integrar um projeto-piloto, juntamente com um número reduzido de países.

De acordo com Miguel Poiares Maduro, na sequência desse pedido, Portugal vai receber, já na primeira quinzena de outubro, 30 refugiados oriundos de Itália.

Mais de meio milhão de migrantes e refugiados entraram na Europa através do Mediterrâneo só este ano, tendo cerca de três mil desaparecido na travessia, disse o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

Lusa/SOL