Ao primeiro dos seus filhos batizou Ernesto em memória de Che. Casou com uma revolucionária, outra coisa não faria sentido. Acreditou numa revolução que partisse os dentes ao capitalismo. Ganhou eleições e virou do avesso a Europa. Foi atacado e defendido, amores e ódios, fantasmas e redenções. Inventou Varoufakis e colocou-o na gaveta. Cedeu ao capitalismo e aceitou mais austeridade em troca de reformas e de dinheiro. Muitos camaradas assumiram que era um vendido. Bateram com a porta do Syriza, formaram outro partido, tentaram desacreditá-lo.
O homem de impecável camisa branca, mais sozinho do que antes, acossado por sondagens e novos inimigos, abandonado por muitos que o seguiam desde a juventude, fez cair o seu próprio governo e assumiu estar pronto a ir a jogo. No passado domingo teve a sua vingança e ganhou de novo as eleições e um lugar na história. Chama-se Alexis Tsipras, tem várias verdades, múltiplas caras e uma tendência para baralhar as contas… e ganhar.