"Portugal é um país de elevadíssima segurança alimentar", afirmou Nuno Brito, recusando que se estabeleça "confusão" entre a empresa associada aos casos de botulismo detetados este mês ("Origem Transmontana") com a região de Trás-os-Montes. "Não confundamos uma empresa com uma região", apelou.
O governante, que falava aos jornalistas à margem de uma visita à empresa Minho Fumeiro, em Ponte de Lima, realçou ainda: "Essa marca está suspensa de laborar. Os belíssimos produtos do fumeiro transmontano são seguros, podem ser consumidos, e seguramente também são, não só uma boa imagem de Portugal mas também para as exportações portuguesas já que têm um peso extraordinariamente significativo no setor agroalimentar".
Nuno Brito adiantou que a "segurança alimentar é dos maiores critérios, a nível nacional, e o consumidor não tem que estar preocupado".
A fiscalização, sublinhou, "é corrente e recorrente no setor, existe normalmente e por isso é que foi detetado um problema deste género".
Questionado sobre uma possível quebra no consumo por causa deste caso, o secretário de Estado afirmou que "se o Governo fizer bem a informação, e a comunicação social fizer bem o seu trabalho, isso não deverá ocorrer".
O governante diz que, neste caso, "tudo foi bem feito", desde "a deteção, do ponto de vista da saúde, à intervenção das entidades competentes e o alerta aos consumidores".
De acordo com dados avançados por Nuno Brito, o valor das exportações do setor do fumeiro ronda os 320 milhões de euros.
Um comunicado conjunto da Direção-Geral da Saúde, Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, Autoridade de Segurança Alimentar e Económica e Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge dava conta, no sábado, de que foram detetados este mês três casos de botulismo alimentar.
A origem destes casos de doença foi associada à ingestão de produtos alimentares fumados (alheiras), comercializados com a marca "Origem Transmontana" e, após investigação, as autoridades decidiram retirar de imediato do mercado os produtos à base de carne e os queijos da marca "Origem Transmontana".
Na nota de imprensa explica-se que o botulismo alimentar é uma doença grave, de evolução aguda, com sintomas digestivos e neurológicos, resultante da ingestão de diversos tipos de alimentos, contendo toxinas formadas pelo 'Clostridium botulinum' no próprio alimento.
A empresa em causa foi criada para comercializar "o que de melhor se produz na região", desde fumeiro, compotas, queijos, comprados a produtores ou de produção própria e vendidos com a marca "Origem Transmontana".
Lusa/SOL