Apesar de as aulas já terem começado, milhares de alunos continuam sem saber se terão direito a ter aulas de música porque ainda não são conhecidos os apoios financeiros que serão atribuídos pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC), no âmbito de um programa que permite a alunos do ensino público frequentar um curso de música.
Este ano, pela primeira vez, todas as escolas de Ensino Artístico Especializado (EAE) passaram a ser financiadas através de verbas do Orçamentos do Estado e para tal tiveram de se candidatar para ter apoio estatal.
Até agora ainda só foram conhecidos os dados provisórios, que revelaram uma redução de verbas para algumas escolas que se queixam de asfixia financeira e alertam para o perigo de terem de despedir professores e reduzir alunos.
A lista definitiva dos resultados do financiamento deveria ter sido divulgada na segunda-feira, mas as escolas continuam sem conhecer o seu futuro.
"As escolas continuam a aguardar um contacto da tutela para informarem as famílias dos alunos quando se prevê a publicação dos resultados definitivos e se podem ou não beneficiar da comparticipação financeira do Estado, num cenário de cortes muito expressivos previstos na lista provisória publicada a 27 de Agosto", resume o Conservatório de Música de Sintra, em comunicado enviado para a Lusa.
Os professores das EAE decidiram assinalar o Dia Internacional da Música com iniciativas a desenvolver descentralizadamente em várias cidades do país onde existem estas escolas.
"Mesmo que se concretize o acréscimo de financiamento na ordem dos quatro milhões de euros, conforme foi anunciado pelo MEC, essa verba não dará, sequer, para abranger todos os alunos das modalidades curriculares (articulado e integrado)", disse a Federação Nacional de Professores (Fenprof), que vai estar no protesto agendado para Lagos, onde os professores da Academia de Música de Lagos se irão manifestar e realizar também um concerto.
Lusa/SOL