Este domingo, não vás votar!

Nem à direita, nem à esquerda. Nem nos mesmos, os do costume, os bandidos, nem pelos animaizinhos ou os livres. Nada. Comunas, capitalistas, anárquicos, extremistas, nada. Tudo corruptos. As moscas mudam mas a merda é a mesma, como se diz por aí.

Não votes. Assim como assim, vamos ficar sempre na mesma, não é? A abstenção é apenas um mito e nós nunca sairemos da cepa torta.

Não votes. E quando saírem os resultados, vai celebrar a derrota do país – porque perdemos sempre todos – com um jantar de grupo onde o menu é igual para todos e onde só o organizador é que pôde escolher o que TU vais comer. Mas a seguir queixa-te do jantar. Muito. De tudo e mais alguma coisa. O couvert era fraco e caríssimo, além disso não o pediste, por isso, agora não o vais pagar. Bifinhos com cogumelos, outra vez? A sério? De 4 em 4 anos vimos aqui jantar e é só bifinhos requentados ou bacalhau espiritual sem espírito algum? Não se muda a ementa? E vem frio, as natas estão estragadas e o bacalhau tem pintelhos daqueles que ficam anos e anos presos entre os dentes como processos jurídicos a gente importante. Que merda de mousse de chocolate é esta? Quem é que vos disse que eu gostava disto? Nem sequer perguntaram! É pá, se perguntaram eu não estava atento e não respondi, ou não me apeteceu responder logo! Não posso escolher outra coisa? Como assim, agora só daqui a 4 anos? Ok, enfim… E esta conta?? Que escandaleira! Nem pensem que é a dividir por todos, que eu só comi 3 azeitonas e meia fatia de pão, e bebi menos duas imperiais que quase toda a gente. Privatizem-me os talheres, se quiserem. Privatizem-mos, até. Eu é que não pago isto tudo.

Não votes. Votar não é um dever como eles dizem. Deixa que os outros decidam a TUA vida e depois fica nas redes sociais a queixar-te até ser altura de não votar outra vez. A sério. Tu, que não votas, é que estás bem e só estamos na merda devido à incompetência do resto do mundo todo, e não à tua hipocrisia.