Legislativas: Passos Coelho e Paulo Portas vão ganhar

1. Finalmente, no domingo, os portugueses vão ter a oportunidade de se pronunciarem sobre o futuro de Portugal. Quem ganhará? Parece-nos que a vitória da coligação formada por PSD e CDS é uma realidade cada vez mais provável. Por três razões:

i) O ambiente que se sente é o da preferência generalizada pela estabilidade e pela continuidade da mudança sensata, razoável e sem aventureirismos – do que pela mudança incerta, pela mudança que ainda hoje louva o passado da governação de José Sócrates e pela falta de coragem em assumir um projeto político alternativo revelada à exaustão por António Costa. Cirandando pelas ruas, falando com pessoas, próximas ou não próximas, o ambiente geral é que parece que não se vão realizar eleições no próximo domingo. Parece que para a grande maioria dos portugueses poderíamos continuar como estamos, dispensando-se até a realização do ato eleitoral. O que prova que os portugueses preferem a segurança, a resolução dos problemas práticos, colocar a economia a crescer e viver bem longe do Estado – e ligam pouco, muito pouco, às questões esotéricas da política que ocupam horas e horas de discussão entre os comentadores políticos. Este ambiente mostra que, não obstante a ira que os portugueses sentem por Pedro Passos Coelho, os portugueses reconhecem o mérito do seu trabalho governativo, sobretudo a partir de 2013. Uma coisa é discordar de medidas pontuais – outra é saber que Pedro Passos Coelho, no geral, revelou uma verticalidade, uma determinação e uma coragem como há muito (ou nunca) se viu na política portuguesa. Surpreendente? É. Mas, mesmo nós que não somos passistas, reconhecemos que Portugal não poderia ter, neste momento histórico, alguém mais capaz do que Pedro Passos Coelho para iniciarmos um novo ciclo;

ii) As elevadas expectativas que muitos tinham sobre António Costa saíram defraudadas. António Costa foi a maior desilusão do regime democrático português para milhões de portugueses! Acreditaram que Costa tinha já pensado um programa alternativo para Portugal, que António Costa estava determinado em romper com as premissas políticas de Pedro Passos Coelho, que António Costa iria reconhecer o descalabro que foi a governação de José Sócrates…mas nada disso aconteceu! Pelo contrário! As melhores ideias de António Costa já eram ideias de António José Seguro – o que demonstra que António Costa queria o poder pelo poder! Para António Costa não interessava governar – interessava apenas ganhar eleições! E não se demarcar de José Sócrates é incompreensível: mesmo para o político que foi o n.º 2 de José Sócrates durante quatro anos. Quem não tem coragem de reconhecer os erros do passado; não tem coragem para construir o futuro. O povo português é muitíssimo sábio;

iii) Os portugueses estão fartos de instabilidade política, de mudanças sucessivas e erros sucessivos. E perante o juízo geralmente positivo que fazem da atuação de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, os portugueses preferem dar o benefício da dúvida à coligação. Se Passos Coelho e Paulo Portas conseguiram resultados positivos a governar em austeridade, com a troika a exigir e a União Europeia sempre a pressionar – então a governar sem troika serão capazes de muito melhor. Passos Coelho e Paulo Portas merecem a oportunidade de reformar Portugal, de continuar a construir um país mais sustentável, agora sem constrangimentos externos.

2) O essencial é que, no domingo, os portugueses não fiquem em casa – todos nós somos protagonistas do momento histórico que iremos viver no próximo domingo. Votem na direita, na esquerda, no centro: o que importa é votar responsável e convictamente. Pedimos, por imperativo patriótico, apenas o seguinte: que cada eleitor no domingo vote a pensar em si, mas também nos seus filhos, netos e nas gerações de portugueses que virão. Que um dia olhemos para o dia 4 de outubro de 2015 – e possamos sentir que nós, enquanto Povo, fizemos o que era mais acertado fazer. É que, na vida política portuguesa, à qual dedicamos a nossa atenção desde os 10 anos, só nos lembramos de “pântano”; depois seguimos para a “tanga”; depois para “apertar o cinto”; depois para “erros na contabilidade pública”; depois para “o “descontrolo orçamental” e os PEC’s; depois para a quase bancarrota e a troika. Sempre com níveis de desemprego elevados e salários baixos, com a economia ora recessiva, ora estagnada. Apre! Já chega! Tem de ser possível fazer diferente! Vai demorar? Pode demorar. Mas temos de começar já. Agora. Confiamos que saberá escolher o melhor para Portugal.

3) E atenção: a elite de esquerda – que desconfia sempre do Povo e da sua capacidade de fazer escolhas autonomamente – já veio aventar o cenário de uma coligação entre PS, PCP e Livre, mesmo no caso de a coligação vencer as eleições. É incrível como a elite de esquerda, pressentindo a derrota, já prepara um golpe de Estado constitucional: só nos faltava agora, nesta momento da nossa História, ter um Governo com a extrema-esquerda! Um Governo com o Partido Comunista? Seria a maior tragédia nacional de sempre! Quais foram os dois períodos mais negros da democracia portuguesa? Os governos de Vasco Gonçalves e de José Sócrates. Pois bem, Costa coligado com os comunistas é juntar o herdeiro político de José Sócrates com os herdeiros políticos de Vasco Gonçalves e as memórias da União Soviética, em pleno século XXI! Não brinquemos com coisas sérias.

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