"Recebemos notícias de que o Arco do Triunfo foi destruído ontem [domingo]. O Estado Islâmico armadilhou-o há várias semanas", disse à AFP Maamun Abdulkarim.
O Estado Islâmico tem levado a cabo uma campanha contra o património arqueológico nas zonas sob o seu controlo na Síria e no Iraque e, em agosto, decapitou o antigo chefe de Antiguidades do país, de 82 anos.
Os extremistas já destruíram o tempo de Baal Shamin e o templo de Bel, com 2.000 anos, considerado a grande obra-prima de Palmira, desde que tomaram a cidade, em maio.
O Arco do Triunfo, situado na entrada da histórica rua com colunas das antigas ruínas, era o "ícone de Palmira", afirmou Abdulkarim, alertando que os combatentes do estado islâmico já colocaram explosivos noutros monumentos.
"Isto é uma destruição sistemática da cidade. Querem arrasá-la completamente", disse.
"Querem destruir o anfiteatro, a colunata. Neste momento, receamos por toda a cidade", acrescentou, apelando à comunidade internacional que "encontre uma forma de salvar Palmira".
O grupo destruiu monumentos pré-islâmicos, túmulos e estátuas que considera de idolatria, mas especialistas salientam que o 'califado' está também a ser financiado pela venda de artefactos no mercado negro.
Tanto a cidadela como as ruínas de Palmira foram classificadas como Património Mundial da Unesco (a agência das Nações Unidas para a educação e cultura) e, antes da guerra, atraíam cerca de 150 mil turistas por ano.
Lusa/SOL