O prémio foi atribuído por unanimidade pelo júri – os escritores e professores Teresa Martins Marques, José Manuel Mendes e Paulo Sucena – à obra publicada em 2014.
Em comunicado, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) refere que o júri considerou que o romance "constitui uma assumida marca de cidadania ao trazer a Revolução de Abril de 1974 para as páginas de uma obra literária, cuja intensidade de linguagem e mestria narrativa, conjugada por uma hábil técnica compositiva, faz dela uma notável presença na literatura portuguesa contemporânea".
O prémio, instituído em parceria com uma seguradora, é divulgado há quatro anos neste dia em que se assinala o Dia Mundial do Professor, e distingue, alternadamente, romance/ficção com o prémio Urbano Tavares Rodrigues, e poesia, com o prémio António Gedeão.
O galardão destina-se em exclusivo a obras publicadas por professores, no ativo ou não, no ano anterior à sua atribuição.
Lídia Jorge foi professora do ensino secundário, e publicou a sua primeira obra, "O Dia dos Prodígios", em 1980. É autora, entre outras obras, de "A Costa dos Murmúrios", já adaptado ao cinema, "O Vento Assobiando nas Gruas", "Combateremos a sombra" e "A Noite das Mulheres Cantoras".
A escritora já recebeu, entre outros, o Prémio Dom Dinis, o Prémio PEN Clube, o Grande Prémio de Romance de Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE) e o Prémio Jean Monet de Literatura Europeia.
Em novembro do ano passado, Lídia Jorge foi distinguida, por unanimidade, com o Prémio Luso-Espanhol de Arte Cultura 2014, atribuído pelo Ministério da Cultura de Espanha e pela Secretaria de Estado da Cultura de Portugal, e, em março, recebeu o Prémio Vergílio Ferreira da Universidade de Évora.
Ainda no âmbito do Dia Mundial do Professor, a Federação Nacional de Educação (FNE) lançou a campanha #obrigadoprofessor, que tem por objetivo levar os portugueses a reconhecer a importância social dos professores.
A FNE afirma que a realidade "pouco dignifica os milhares de docentes que todos os dias contribuem para o ensino e a educação das nossas crianças" e que se tem assistido a uma "crescente fragilização da imagem social dos professores".
"É por estes motivos que consideramos fundamental que se tomem iniciativas que promovam a imagem social dos professores, de modo a que os bons profissionais se sintam mobilizados na profissão e não a abandonem precocemente e para que os melhores alunos queiram ser professores. É preciso que a profissão seja atrativa", declara a FNE.
Ao longo do mês de outubro, e ainda no âmbito na campanha #obrigadoprofessor, os sindicatos filados na FNE vão desenvolver várias ações nas escolas e nas ruas.
O Dia Mundial do Professor foi instituído em 1994, por decisão da UNESCO. A data de 05 de outubro, recorda a FNE em comunicado, "foi escolhida para reconhecer a importância da declaração da Organização Internacional do Trabalho e da UNESCO sobre a condição dos trabalhadores docentes, concretizada em 05 de outubro de 1966".
Lusa/SOL