Okunishi foi condenado por envenenar 17 pessoas em 1961, cinco das quais (incluindo a sua mulher) morreram por intoxicação.
Inicialmente, ao ser detido, confessou que tinha colocado pesticida no vinho que serviu num almoço na cidade onde residia, Nabari (centro do Japão), para pôr fim a um "triângulo amoroso", formado por ele, a sua mulher e outra mulher.
No entanto, retratou-se antes de ser formalmente acusado e, em 1964, um tribunal distrital decidiu absolvê-lo por falta de provas.
Em 1969 uma instância superior condenou-o à morte e o Tribunal Supremo nipónico ratificou a sentença em 1972.
Durante os 43 anos que passou no corredor da morte, Okunishi manteve que era inocente e, através dos seus advogados, lutou para tentar repetir o julgamento.
Conseguiu, em 2005, que um alto tribunal aceitasse o seu pedido, mas o processo acabou anulado.
No Japão, onde a forca ainda é usada, os réus sabem que vão morrer apenas horas antes da execução.
A prática é criticada por organizações humanitárias, que denunciam a carga psicológica que recai sobre os condenados, muitos dos quais passam décadas detidos sem saberem quando será aplicada a pena capital.
Okunishi é uma das pessoas que mais tempo esteve no corredor da morte em todo o mundo. Foram 43 anos, menos três do que Iwao Hakamada, que passou 46 anos antes que o tribunal decidisse, em 2014, libertá-lo e rever o seu caso, tendo em conta novas provas.
Lusa/SOL