Khaled Bahah escapou a um espetacular ataque contra o hotel que serve de sede ao seu governo, mas 15 soldados da coligação árabes e membros das forças lealistas iemenitas foram mortos quando foram visadas duas instalações militares das forças sauditas e dos Emirados.
Ao reivindicar o atentado pela internet, o EI referiu-se a "quatro atentados suicidas" contra três alvos, contrariando a versão fornecida previamente por responsáveis iemenitas e pela coligação árabe dirigida pelos sauditas, que se referiram a ataques com 'rockets' contra essas instalações.
Segundo o grupo 'jihadista', dois bombistas suicidas visaram o hotel Qasr e dois outros atacaram separadamente, ao volante de veículos blindados roubados, o quartel-general das forças sauditas e dos Emirados e o edifício "da administração militar dos Emirados" na segunda cidade do país.
O EI afirmou ter morto "dezenas" de militares sauditas e dos Emirados, os dois principais pilares da coligação árabe-sunita que intervém desde março no país vizinho para impedir dos rebeldes xiitas 'huthis', e aliados, de assumirem o controlo total do Iémen.
Para confirmar a sua reivindicação, o grupo 'jihadista' colocou em linha os quatro combatentes apresentados como os autores dos atentados e uma imagem de um hotel em chamas.
Até ao momento, o EI tinha perpetrado ataques sangrentos no norte do Iémen, incluindo na capital Sanaa, dirigidos sobretudo contra os xiitas — em particular os 'huthis' e seus simpatizantes — que define como "hereges".
O grupo ultrarradical sunita não tinha ainda reivindicado ataques no sul do país, onde opera a Al-Qaida, nem contra as forças da coligação árabe dirigida por Riade.
O norte do país permanece sob controlo dos rebeldes 'houthi' e das forças iemenitas fiéis ao antigo presidente, mas os combates estão a generalizar-se noutras regiões.
Segundo a ONU, o conflito no Iémen já provocou 5.000 mortos e 25.000 feridos, incluindo numerosos civis, e originou uma grave crise humanitária.
Atualmente calcula-se que 1,3 milhões de pessoas estão deslocadas em todo o país, o mais pobre da península arábica, enquanto 114.000 civis iemenitas já se refugiaram desde março no Djibuti, Etiópia, Somália, Sudão, Arábia Saudita e Omã.
Lusa/SOL