Antigo dux da Lusófona não voltou a estudar

O antigo dux da Universidade Lusófona, João Gouveia, não voltou a estudar desde a tragédia na praia do Meco, em que seis estudantes do conselho de praxes perderam a vida. Aos 24 anos, tem o curso de Engenharia Informática interrompido desde 15 de dezembro de 2013. E apesar de já ter manifestado intenção de acabar…

João Gouveia continua em casa, em Lisboa, onde faz trabalhos ocasionais de engenharia informática. No ano passado, chegou também a fazer um estágio profissional nesta área.

Começa agora, conta fonte próxima do antigo dux, a regressar lentamente a uma “vida mais normal”, depois da intensa polémica em torno do processo judicial à morte dos colegas da universidade que acabou arquivado pelo Ministério Público.

Aguarda ainda a decisão do Tribunal da Relação de Évora, para onde as famílias das vítimas do Meco recorreram em abril passado, numa última tentativa de levar o caso a julgamento. Só depois é que João Gouveia irá decidir se retoma os estudos.

Ainda evita sítios públicos

No início da investigação policial, o ex-dux vivia quase em reclusão. “Houve fases de loucura mediática, em que o João saía à rua e era alvo de ameaças e até de agressões”, conta a mesma fonte.

Refugiou-se junto da família. O pai, antigo professor em várias escolas públicas da região de Lisboa, decidiu abandonar o ensino e tem acompanhado o filho, que desde o acidente tem recebido apoio psicológico.

Hoje, com o abrandamento da pressão mediática, João voltou a retomar hábitos antigos e a sair para estar com amigos. Alguns deles são estudantes da Lusófona com quem ainda tem contacto, mas também amigos de infância, Procura não ir a sítios públicos e prefere programas em casa de familiares ou amigos. “Ainda é alvo de muita atenção dos media”, explica a mesma fonte. Mas continua a evitar os jornalistas: desde o início do processo, deu apenas duas entrevistas.

joana.f.costa@sol.pt