Está à mão de semear a nona participação consecutiva em fases finais de Europeus e Mundiais de futebol, o que consolidará ainda mais a Seleção nacional no panorama internacional como uma das mais assíduas do século XXI nas grandes competições.
Nem potências como a Inglaterra ou a Holanda podem gabar-se de terem estado sempre entre os melhores nestes 15 anos mais recentes, uma vez que a primeira falhou o Euro-2008 e a segunda ficou de fora no Mundial-2002, além de ter em sério risco o Euro-2016.
Restam apenas a Alemanha, a Espanha, a Itália e a França entre as seleções que, tal como Portugal, têm sido presença regular nos grandes momentos desde o Europeu de 2000. Foi aí, na fase final disputada na Bélgica e Holanda, sob o comando de Humberto Coelho, que a equipa das quinas começou a ganhar este estatuto de omnipresente, no auge da geração de ouro de Figo, Rui Costa e João Pinto. Um estatuto reforçado pelos quatro selecionadores que se seguiram: António Oliveira, Luiz Felipe Scolari, Carlos Queiroz e Paulo Bento, os três últimos já com o contributo de Ronaldo.
Fernando Santos está à beira de juntar-se à lista, depois de ter pegado na batuta após a derrota em casa com a Albânia, no primeiro jogo de apuramento para o Euro-2016. Sem deslumbrar, a equipa recompôs-se à base de vitórias tangenciais, mas indispensáveis para chegar agora à última jornada dupla do apuramento com via aberta para a fase final, sem necessidade de recorrer à tão famosa calculadora.
Prudente, o selecionador classificou o triunfo na Albânia – arrancado já em período de compensação por Miguel Veloso – como «um passo importante», antes de sublinhar que «nada está decidido». Para a sentença se tornar final, quer os jogadores focados no «tudo ou nada» com a Dinamarca. «Não podemos ficar a dormir à espera da vantagem que temos», alertou.
O novo formato a estrear no Europeu de França, que terá pela primeira 24 equipas em vez de 16, é uma boa ajuda para evitar os sobressaltos de última hora. Com o alargamento, as duas primeiras classificadas de cada grupo e a melhor terceira ganham acesso automático à fase final, enquanto as terceiras dispõem de uma última oportunidade no playoff de repescagem. Em suma, é quase impossível uma seleção de topo ficar pelo caminho.
Como se não bastasse, Portugal beneficiou da derrota na secretaria da Sérvia frente à Albânia (por invasão de campo), o que penalizou fortemente aquela que seria, a par da Dinamarca, a principal ameaça. Nesta altura em que um ponto basta para fechar o apuramento, é já certo que, na pior das hipóteses, a Seleção estará no playoff.
Fernando Santos anuncia hoje a convocatória para os últimos dois jogos de qualificação e são de esperar algumas novidades em relação à recente visita à Albânia. Tiago, a cumprir castigo, João Moutinho, lesionado, e Fábio Coentrão, sem ritmo, estiveram ausentes no último jogo, mas é mais do que provável o regresso dos três. E talvez a surpresa esteja reservada para a chamada do jovem Nélson Semedo, que aos 21 anos agarrou o lugar no lado direito da defesa do Benfica com exibições bem conseguidas.
Seleção sobe ao quarto lugar do ranking mundial
Portugal vai enfrentar a reta final da campanha rumo ao Europeu do próximo ano na quarta posição do ranking da FIFA. Na atualização de ontem, a equipa das quinas surge dois lugares acima em relação à classificação de setembro, tendo ultrapassado a Colômbia e o Brasil. Há mais de um ano, desde junho de 2014, que a Seleção nacional não era tão valorizada no ranking mundial.
A Argentina continua na liderança, agora seguida pela campeã mundial Alemanha, que trocou de posição com a Bélgica.