O grupo chinês Fosun e a seguradora Fidelidade apresentaram hoje em Lisboa o Programa Protechting, um projeto de captação e aceleração de startups.
Na prática, o Programa visa apoiar o desenvolvimento de ideias inovadoras de negócio nas áreas da proteção/prevenção, serviços, saúde e poupança.
Todos os projetos que cheguem à fase final beneficiarão de apoio nas mais diversas áreas, como gestão, marketing, tecnologia, entre outras.
Os três melhores projetos serão premiados com um roadshow na China, onde poderão contactar com alguns dos maiores investidores do mundo e os representantes da Fosun, empresa-mãe da Fidelidade.
A Fidelidade e a Fosun referem estar disponíveis para participar no capital do projeto ou integrá-lo na atividade da seguradora ou numa das empresas do grupo chinês. O vencedor será ainda distinguido com um prémio pecuniário de 10 mil euros.
A escolha dos projetos terá em conta quatro critérios: qualidade e inovação da ideia, qualidade da equipa, potencial de crescimento e o contributo para a inovação do grupo Fidelidade e/ou Fosun.
O Protechting tem ainda como parceiro a Beta-i, uma aceleradora de startups que em cinco anos de experiência já recebeu mais de 3.000 ideias.
Fosun "veio para ficar"
O presidente da Fidelidade, Jorge Magalhães Correia, acredita que o Programa Protechting é mais um passo no apoio ao empreendedorismo em Portugal e considera que a parceria com a Fosun demonstra que o grupo chinês “é um investidor de longo prazo”. “ A Fosun sempre disse que estava para ficar”, referiu.
“Há uma difícil perceção em relação ao investimento chinês”, que só poderá ser alterada com o “envolvimento dos grupos chineses em iniciativas sociais” como o lançamento deste Programa.
O grupo chinês diz estar atento a eventuais oportunidades de negócio no mercado português. No entanto, garante que a prioridade é consolidar os negócios adquiridos, promovendo a exploração de sinergias entre empresas do grupo. Além da Fidelidade, a Fosun detém a Luz Saúde. O grupo foi ainda um dos três potenciais candidatos à compra do Novo Banco, mas o processo foi entretanto suspenso pelo Banco de Portugal.
Chen Bo, responsável de comunicação do grupo Fosun, recordou que o grupo chinês nasceu da colaboração entre quatro estudantes da Universidade Fudan, passando de startup para uma empresa com investimento à escala global.
O conglomerado chinês tornou-se conhecido em Portugal após ter vencido em dezembro de 2013 a corrida à privatização da Fidelidade, a maior seguradora do mercado português. O grupo investiu cerca de 1,1 mil milhões de euros.