Obama pronunciou-se sobre o caso numa entrevista transmitida, este domingo, pela cadeia de televisão CBS, em que também falou do último ano no poder e afirmou que caso pudesse candidatar-se novamente à Casa Branca voltaria a ser eleito.
Questionado sobre a controvérsia relativa ao correio eletrónico de Clinton — apontada como favorita entre os aspirantes democratas à presidência dos Estados Unidos da América em 2016 — afirmou não acreditar que tal tenha representado "um problema de segurança nacional".
"Creio que foi um erro que ela reconheceu. Em geral, quando estamos nestes cargos, temos que ser mais cuidadosos e mantermo-nos o mais retos possível quando se trata da forma como gerimos a nossa informação, como gerimos os nossos próprios dados pessoais. Cometeu um erro, reconheceu-o", afirmou.
Obama garantiu, no entanto, que "a forma como se tem magnificado [o assunto] tem que ver em parte com a política eleitoral".
"Esta é uma das questões em que creio ser legítimo [fazer perguntas], contudo, o facto de durante os últimos três meses ter sido a única coisa de que se fala é uma indicação de que estamos numa temporada política presidencial", acrescentou.
A polémica sobre o correio eletrónico de Clinton estalou semanas antes de anunciar a sua campanha à presidência nas eleições de 2016, quando foi tornado público que, durante os quatro anos que esteve no Departamento de Estados, utilizou a sua conta de e-mail pessoal para as suas comunicações, com um servidor privado.
Clinton reconheceu em março último que teria sido "mais inteligente" utilizar uma conta de correio eletrónico oficial.
Os rivais republicanos acusam Hillary Clinton de ter recorrido a uma conta privada para manter a correspondência fora dos registos oficiais.
A antiga chefe da diplomacia norte-americana argumentou, por seu turno, que, no final de 2014, enviou 55 mil páginas impressas, correspondentes a 30 mil mensagens a agentes da administração que vão arquivar a informação e disponibilizá-la ao público, como requerido por lei, o que começou, entretanto, a ser feito.
Já questionado sobre a possibilidade de o seu vice-presidente, Joe Biden, se lançar nas primárias democratas, Obama limitou-se a indicar que o seu "número dois" será lembrado "como um dos melhores vice-presidentes da história", afirmando ainda não acreditar que haja "um político a nível nacional que não tenha pensado em ser Presidente".
Obama, que abandona a Casa Branca em janeiro de 2017, após cumprir dois mandatos, o máximo permitido pela Constituição dos Estados Unidos, não hesitou quando questionado pelo jornalista se acreditava que venceria as eleições caso pudesse candidatar-se de novo e o fizesse.
"Sim", afirmou.
Contudo, ressalvou que "nenhuma pessoa é indispensável", pelo que ter outra pessoa com "uma perspetiva fresca, pessoal novo e novas ideias" na Casa Branca "é bom e saudável para a democracia".
"Entra-se no último ano no poder e creio que [o sabor] é agridoce. Por um lado, estou muito orgulhoso do que conseguimos, o que me faz pensar que gostaria de fazer mais. Mas, quando terminar, creio que será hora de ir", assegurou Obama.
Lusa/SOL