O estudo, que vai ser publicado na próxima edição da revista PROTESTE INVESTE, recorreu a um "cliente-mistério" de 40 anos que pediu, em setembro, sugestões de produtos para aplicar 5.000 euros para a reforma juntos dos balcões da Caixa Geral de Depósitos, BPI, Millenium BCP, Novo Banco e Santander Totta, em dez cidades.
Os bancos deveriam aconselhar a subscrição de um Plano Poupança Reforma (PPR) sob a forma de fundo com componente de ações ou optar por um fundo mobiliário misto ou de ações no caso de aceitação do risco, aconselhando ainda a aplicação de uma pequena parte em liquidez como fundo de emergência.
Mas todos sugeriram produtos desadequados, segundo a associação de defesa dos consumidores.
O conselho mais comum foi um depósito normal, cujas taxas de rendimento atuais são de zero ou próximas de zero, o que leva a DECO a considerar tal recomendação "no mínimo, desastrosa", para um investidor com 40 anos.
Outro erro detetado pela DECO foi a sugestão de colocar o dinheiro em produtos financeiros complexos que podem ter ações, matérias-primas ou índices bolsistas e "exigem um bom conhecimento do perfil do cliente", de acordo com as diretivas comunitárias.
O BPI foi o banco que mais vezes recomendou os PPR sob a forma de fundo, adequados à faixa etária do "cliente mistério", mas tentou também vender um fundo que não era indicado.
A Caixa Geral de Depósitos tentou vender indiscriminadamente produtos complexos, uma prática seguida igualmente pelo Millenium BCP, que recomendou também produtos de capital garantido e baixo risco.
O Novo Banco apresentou "uma estratégia comercial bastante defensiva", propondo apenas produtos com capital garantido desadequados a uma poupança de longo prazo e o Santander Totta recomendou essencialmente depósitos em campanha, de curto prazo ou depósitos indexados para o médio prazo.
Face aos resultados, a DECO questiona se os funcionários estão mal informados sobre o tema da reforma e os produtos que estão a recomendar ou, "na pior das hipóteses têm de cumprir metas nas instituições onde trabalham", e pede mais atenção ao Banco de Portugal.
Lusa/SOL