Nigéria: Pelo menos 55 pessoas foram mortas em ataques do Boko Haram

Duas explosões destruíram duas mesquitas no nordeste da Nigéria, matando pelo menos 55 pessoas e deixando mais de 100 feridos, além de ter ocorrido outro ataque numa cidade dos Camarões, todos atribuídos ao grupo Boko Haram.

Os ataques em Maiduguri, Yola (Nigéria) e Kerawa (Camarões) demonstram a ameaça nacional e regional que representam os radicais islâmicos do Boko Haram, apesar das vitórias reivindicadas pelos militares sobre o grupo rebelde.

O primeiro ataque aconteceu em Maiduguri, pouco depois das 05:00 locais (mesma hora em Lisboa), na região de Jidari, no estado de Borno, onde nasceu o Boko Haram em 2002.

Vinte e oito pessoas morreram, além dos dois bombistas, e outras 20 pessoas ficaram feridas, segundo um civil que estava no local.

A agência nacional de gestão de emergências (NEMA) reportou seis mortos e 17 feridos, enquanto fontes hospitalares falam em 19 mortos.

Pelo menos 27 morreram hoje na explosão de uma bomba numa mesquita recém-inaugurada em Yola, no nordeste da Nigéria, informou a agência de gestão de emergência nacional (NEMA).

"Até ao momento, 27 pessoas morreram e 96 ficaram feridas", disse à agência de notícias francesa AFP o coordenador da NEMA na capital do estado de Adamawa, Saad Bello.

A explosão aconteceu por volta das 14:00 locais (mesma hora em Lisboa), na mesquita de Jambutu Jumaat, na cidade de Jimeta, logo após o imã ter terminado o seu sermão inaugural.

Nos Camarões, as fontes regionais e de segurança disseram que os rebeldes tinham invadido a cidade de Kerawa, na região norte, e que um número indeterminado de civis foi morto pelo grupo extremista, mas os elementos do Boko Haram puseram-se em fuga algumas horas depois.

O medo é muito grande em Maiduguri, que já foi atacada seis vezes este mês, resultando em 76 mortes, segundo um balanço da agência de notícias AFP.

Perguntas são feitas sobre a forma como os rebeldes são capazes de realizar ataques de forma tão regular, tendo provocado 117 mortes no mês passado.

Os ataques a bomba mostram os desafios enfrentados pelos Estados Unidos, que na semana passada anunciaram o envio de 300 militares para o norte dos Camarões.

O contingente vai realizar operações de vigilância e inteligência contra o Boko Haram, inclusive dentro da Nigéria, num momento em que os ataques contra civis estão a aumentar.

Desde 2009, os ataques do Boko Haram na Nigéria já provocaram mais de 17 mil mortos e dois milhões de deslocados.

Lusa/SOL