Os ataques em Maiduguri, Yola (Nigéria) e Kerawa (Camarões) demonstram a ameaça nacional e regional que representam os radicais islâmicos do Boko Haram, apesar das vitórias reivindicadas pelos militares sobre o grupo rebelde.
O primeiro ataque aconteceu em Maiduguri, pouco depois das 05:00 locais (mesma hora em Lisboa), na região de Jidari, no estado de Borno, onde nasceu o Boko Haram em 2002.
Vinte e oito pessoas morreram, além dos dois bombistas, e outras 20 pessoas ficaram feridas, segundo um civil que estava no local.
A agência nacional de gestão de emergências (NEMA) reportou seis mortos e 17 feridos, enquanto fontes hospitalares falam em 19 mortos.
Pelo menos 27 morreram hoje na explosão de uma bomba numa mesquita recém-inaugurada em Yola, no nordeste da Nigéria, informou a agência de gestão de emergência nacional (NEMA).
"Até ao momento, 27 pessoas morreram e 96 ficaram feridas", disse à agência de notícias francesa AFP o coordenador da NEMA na capital do estado de Adamawa, Saad Bello.
A explosão aconteceu por volta das 14:00 locais (mesma hora em Lisboa), na mesquita de Jambutu Jumaat, na cidade de Jimeta, logo após o imã ter terminado o seu sermão inaugural.
Nos Camarões, as fontes regionais e de segurança disseram que os rebeldes tinham invadido a cidade de Kerawa, na região norte, e que um número indeterminado de civis foi morto pelo grupo extremista, mas os elementos do Boko Haram puseram-se em fuga algumas horas depois.
O medo é muito grande em Maiduguri, que já foi atacada seis vezes este mês, resultando em 76 mortes, segundo um balanço da agência de notícias AFP.
Perguntas são feitas sobre a forma como os rebeldes são capazes de realizar ataques de forma tão regular, tendo provocado 117 mortes no mês passado.
Os ataques a bomba mostram os desafios enfrentados pelos Estados Unidos, que na semana passada anunciaram o envio de 300 militares para o norte dos Camarões.
O contingente vai realizar operações de vigilância e inteligência contra o Boko Haram, inclusive dentro da Nigéria, num momento em que os ataques contra civis estão a aumentar.
Desde 2009, os ataques do Boko Haram na Nigéria já provocaram mais de 17 mil mortos e dois milhões de deslocados.
Lusa/SOL