Agora em Espanha, o grande debate que manteve o País em suspenso, e bateu recordes de audiência, foi entre 2 líderes de partidos relativamente alternativos, que com aparente sucesso se propõem intrometer-se no bipartidismo PSOE-PP: são elesPablo Iglesias, do PODEMOS, e Albert Rivera, do CIUDADANOS. Uma espécie de PCP e BE, mas um de cada lado (o que deveria ter sido preferível para o Presidente Cavaco).
Quando o PODEMOS atingiu os píncaros, foi o PSOE a ressentir-se. Agora que está em alta o CIUDADANOS, já é o PP que baixa. Portanto, será o sucesso destes partidos a determinar quem dos grandes realmente ganhará as eleições (e as últimas sondagens, com o PODEMOS a descer e o CIUDADANOS a subir, já dão outra vez o PSOE à frente).
Entretanto, alguma imprensa conservadora de Espanha nota todas as diferenças entre estedebate e o último organizado há mais de 20 anos, em 1993, entre F.González e J.M. Aznar, pela então recentemente aparecida Antena 3 TV.
Não sei se o debate influiu nos votos, mas apesar de o Governo de Gonzalez estar carcomido por quase 14 anos de Poder, e ter na prisão algumas das suas figuras-chave (desde o governador do Banco de Espanha ao diretor-geral da Polícia), e constar que estava toda a gente tão desejosa de alternativa como os próprios Aznar e González, o PP teve uma vitória tão magra, que os nacionalistas se propuseram continuar a apoiar antes o PSOE. Terá sido preciso ser González a convencer os tais líderes nacionalistas a sustentarem o PP de Aznar, apesar de não se darem com este partido, nem vice-versa (como voltou a acontecer logo na legislatura seguinte, quando o PP já não precisou dos seus votos).
Agora, e tendo em vista as eleições de 20 de Dezembro próximo, os debatentes Pablo Iglesias e Albert Rivera aceitaram todas as condições do canal de TV que os acolheu (La Sexta), tanto que a organização até lhes agradeceu isso publicamente. Quem ganhou? Não sei, não vi. Mas a audiência parece ter apreciado mais o estilo descontraído destes contrincantes do que a crispação dos outros.