Primeiro dever da Igreja não é condenar ou excomungar

O Papa Francisco considerou hoje, na Cidade do Vaticano, que o “primeiro dever” da Igreja Católica é “proclamar a misericórdia de Deus” e não “distribuir condenações ou excomunhões”.

Primeiro dever da Igreja não é condenar ou excomungar

Francisco assinalou que o dever da Igreja deve ser "conduzir todos os homens à salvação do Senhor", acrescentando que "os verdadeiros defensores da doutrina não são os que defendem a letra, mas o espírito". 

O Papa falava depois de os bispos, que participaram no Sínodo sobre a família, terem aprovado, por uma maioria de dois terços, os 94 pontos de um relatório final, que apela a uma melhor integração na Igreja dos divorciados católicos que se voltaram a casar.

O documento incita ao uso do método do discernimento, à valorização caso a caso, por parte dos padres durante a confissão, sem nunca invocar claramente um eventual acesso à comunhão das pessoas que a Igreja Católica considera como infiéis.

Para o Papa, apoia a doutrina da Igreja quem defende "não as ideias, mas o homem, não as fórmulas, mas a gratidão do amor de Deus e do seu perdão".

Sobre a forma como decorreu o Sínodo, ao longo de três semanas, o líder da Igreja Católica destacou os "métodos nada benévolos" das "distintas opiniões que se expressaram livremente", que, a seu ver, "enriqueceram e animaram o diálogo".

Segundo o pontífice, o Sínodo deu uma "imagem viva de uma Igreja".

No Sínodo participaram 270 sacerdotes, que esperam que o Papa elabore um documento sobre a família.

Lusa/SOL