"Até tivemos agora Sérgio Monteiro, o homem que ficou conhecido por estar no Governo a vender tudo o que havia para vender e que, agora que o Governo acaba, e que agora que teria que sair do Governo, vem o Banco de Portugal chamá-lo para o Fundo de Resolução para ele ir vender o Novo Banco", criticou.
Referindo-se ainda à venda do Novo Banco, Catarina Martins, que respondia a questões colocadas pela audiência durante uma sessão pública do BE em Faro, acusou a direita de, ao mesmo tempo que "empata o país", estar a "desempatar os seus negócios", o que classificou como sendo "gravíssimo".
De acordo com a edição de quinta-feira do jornal Público, o Banco de Portugal escolheu Sérgio Monteiro, secretário de Estado cessante das Infraestruturas, Transportes e Comunicação, para integrar o Fundo de Resolução bancário que irá liderar a venda do Novo Banco.
Durante a sua intervenção inicial, Catarina Martins disse ainda que, apesar de o Presidente da República estar a fazer com que se perca tempo ao indigitar um Governo liderado por Passos Coelho, os partidos de esquerda estão a aproveitar esse tempo para fazer convergir as negociações.
"Cada dia desta perda de tempo de Cavaco Silva, é um dia que serve para trabalhar os pontos mais complicados, mais complexos, para dar mais estabilidade, mais garantia e mais segurança a uma solução de Governo alternativa PSD/CDS", sublinhou.
No final, quando questionada por um elemento do público sobre as eleições presidenciais, a porta-voz do BE defendeu que a esquerda se deve bater "para que nenhum candidato da direita tenha mais de 50% dos votos", para que não se estenda uma "passadeira vermelha" à Direita.
Catarina Martins aproveitou também para deixar um recado aos restantes partidos de esquerda, dizendo que, se houver segunda volta, o BE não faltará à convergência sobre o candidato que a puder disputar, mas que espera uma atitude semelhante.
"Mas também vos digo que esse candidato pode mesmo ser a Marisa [Matias] e portanto espero que todos tenham exatamente a mesma abertura que nós temos", concluiu.
Lusa/SOL
