Antiga mulher de rei saudita ganha compensação milionária em tribunal

A antiga mulher secreta do falecido rei Fahd, da Arábia Saudita, ganhou hoje um recurso no Tribunal Superior de Londres que lhe permite receber uma compensação milionária, com base na promessa do seu marido de que cuidaria dela.

O juiz britânico Peter Smith deliberou hoje que Jana Harb, de 68 anos e de origem palestiniana, tem direito a receber mais de 15 milhões de libras (cerca de 21 milhões de euros), além de duas propriedades valiosas situadas em Londres.

Segundo Harb, o príncipe Abdul Aziz, filho de outra das mulheres do rei, encontrou-se com ela no hotel Dorchester, em Londres, a 20 de junho de 2003, quando o monarca se encontrava gravemente doente.

De acordo com a mulher, neste encontro o príncipe acordou pagar-lhe 12 milhões de libras (16,8 milhões de euros) e ceder-lhe dois pisos situados no exclusivo bairro de Chelsea, avaliados, cada um, em cinco milhões de libras (sete milhões de euros), para honrar a promessa do seu pai de que garantiria a Harb apoio financeiro durante toda a vida.

Durante o processo judicial, o príncipe enviou duas mensagens escritas ao tribunal negando esta versão, mas o juiz aceitou a posição da viúva de considerar que houve acordo.

O magistrado ordenou ao príncipe que comparecesse nesta audiência, mas este recusou, argumentando que criaria "um circo mediático", levando o tribunal a obrigá-lo a doar 25 mil libras (30 mil euros) a obras de beneficência por "desacato às autoridades".

Numa sessão anterior em julho, Harb indicou que a família do rei Fahd, falecido em 2005, opôs-se à sua relação com o monarca por pertencer a uma família cristã na Palestina.

Harb converteu-se ao Islão antes de se casar numa cerimónia discreta, em março de 1968, e o matrimónio durou três anos.

A mulher disse ter engravidado três vezes e foi sempre obrigada a abortar a pedido de Fahd, relatou.

Lusa/SOL