Além do Hospital de Aveiro, a ação, consultada hoje pela agência Lusa, tem como réus os três ortopedistas que integraram a equipa médica que operou a paciente.
Além do processo cível, os três médicos foram acusados na esfera criminal por um crime de intervenções e tratamentos médico-cirúrgicos. No entanto, o Ministério Público decidiu arquivar o processo contra os clínicos que aceitaram pagar 21 mil euros à paciente.
O caso remonta a março de 2009, quando a mulher deu entrada no Hospital de Aveiro para ser sujeita a uma intervenção cirúrgica a uma "volumosa" hérnia discal na coluna cervical.
Três dias após a intervenção, a utente teve alta hospitalar, mas continuava a sentir dores e não conseguia fazer qualquer movimento com o pescoço.
Passados dois anos, e uma vez que não se notaram quaisquer melhorias, a mulher decidiu consultar outros ortopedistas, tendo acabado por descobrir que, afinal, tinha sido operada às vértebras erradas, refere o texto da ação cível intentada pela paciente.
Como consequência da operação, a doente diz que ficou "inutilizada" para a sua vida familiar e para o trabalho, estando há três anos de baixa médica.
O hospital, por seu lado, assume que a cirurgia realizada não foi de facto a que estava proposta, mas alega que "o procedimento realizado foi feito em benefício da melhoria do estado da autora".
Na contestação, a ortopedista que chefiou a equipa médica afirma que a sua atuação "pautou-se pelo cumprimento escrupuloso da 'leges artis'".
A cirurgiã explicou que quando a utente estava no bloco, depararam-se com uma "grande instabilidade" entre duas vértebras diferentes das que deviam ser operadas e "foi então decidido tratar essa instabilidade".
Os outros dois membros da equipa médica alegam que não tiveram qualquer responsabilidade na alteração do referido plano cirúrgico.
Lusa/SOL