Suécia vai pedir à UE nova redistribuição de migrantes

A Suécia vai pedir à União Europeia (UE) que redistribua por outros países europeus uma parte dos migrantes e refugiados que chegaram ao território sueco e que pediram asilo, indicou hoje o primeiro-ministro sueco, Stefan Lofven.

"O governo exige uma redistribuição dos refugiados que estão na Suécia" e o respetivo acolhimento em outros Estados-membros da UE, escreveu o governante sueco numa mensagem de correio eletrónico, citada pela agência francesa AFP.

"A Suécia tem tido durante muito tempo uma grande responsabilidade em relação a outros países da UE e estamos agora numa situação extremamente tensa. É tempo que outros países assumam a responsabilidade e é por isso que o governo pede uma redistribuição dos refugiados que estão na Suécia", indicou o governante.

O conteúdo do pedido formal sobre esta matéria, a apresentar junto da Comissão Europeia, será votado na quinta-feira em Conselho de Ministros.

Stefan Lofven, que irá encontrar-se hoje em Estocolmo com o presidente do Conselho Europeu, o polaco Donald Tusk, não especificou o número de refugiados que deverá ser abrangido pelo pedido sueco.

Ao abrigo de um plano proposto por Bruxelas, cerca de 160 mil migrantes vão ser distribuídos entre vários Estados-membros da UE, depois de serem registados em 'hotspots' (designação atribuída aos abrigos e centros de registo de migrantes) em Itália e na Grécia.

Deste total, as autoridades europeias propuseram à Hungria abrigar cerca de 54 mil migrantes, mas Budapeste rejeitou o plano europeu.

Segundo a agência noticiosa sueca TT, Estocolmo pretende agora ficar com a quota que foi proposta às autoridades húngaras.

A Suécia espera receber este ano até 190 mil refugiados.

Perante o afluxo de migrantes sem precedentes, as autoridades suecas têm estado sobrecarregadas e os centros de acolhimento estão lotados.

Um ativo defensor da abertura das fronteiras da UE aos migrantes que fogem da violência na Síria e no Afeganistão, o primeiro-ministro social-democrata sueco reconheceu, na mesma mensagem, que a Suécia está "nos limites das capacidades [do país] de acolhimento".

Lusa/SOL