A mostra intitula-se "Prece Geral" e é promovida pela Fundação Eugénio de Almeida (FEA), podendo ser visitada pelo público até 10 de janeiro de 2016, no fórum da instituição, em pleno centro histórico de Évora.
Fonte da FEA revelou hoje à agência Lusa que a iniciativa reúne "cerca de 20 fotografias" do Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli, ou seja, do Convento da Cartuxa, "lugar icónico" da cidade de Évora.
Neste projeto, Daniel Blaufuks retrata "a austeridade do mosteiro, com os seus espaços de silêncio, em busca das substâncias que constituem o seu mistério", resumiu a organização.
"A coleção de fragmentos, de memórias pessoais, vulgares e quotidianas é um dos eixos centrais da produção artística de Daniel Blaufuks", segundo a FEA.
Com esta dimensão, continuou a fundação, o artista "cruza uma investigação sobre a história e a importância da imagem na construção e preservação da história ou de uma determinada visão da história".
No sábado, aquando da inauguração, vai também decorrer a conversa "Mistérios de um Convento', entre o artista e Anísio Franco, historiador de arte e conservador do Museu Nacional de Arte Antiga, em torno das histórias, imagens e mistérios de um convento.
"Prece Geral", que tem curadoria de Filipa Oliveira, inicia o projeto "Re-inventar a Memória", promovido pelo Fórum Eugénio de Almeida e que pretende "fomentar novos entendimentos" sobre o património de Évora e da própria fundação.
Daniel Blaufuks nasceu em Lisboa (1963), numa família de refugiados judeus alemães, e formou-se na escola de artes AR.CO, na capital portuguesa, no Royal College of Arts, em Londres (Inglaterra), e na Watermill Foundation, em Nova Iorque (Estados Unidos), tendo vencido o Prémio BES Photo em 2007.
Além desta exposição, o Fórum Eugénio de Almeida tem ainda patentes as mostras "Ah, Finalmente, Natureza", da artista portuguesa Gabriela Albergaria, e "Departamento dos Futuros Abandonados", do dinamarquês Joachim Koester.
São Bruno fundou a Ordem dos Cartuxos, que deve o seu nome à aldeia francesa de Saint Pierre de Chartreuse, para onde o Santo se retirou com seis companheiros para se dedicarem à oração e à vida contemplativa.
A instauração desta ordem em Portugal deveu-se a D. Teotónio de Bragança (1530-1602), sendo o Convento da Cartuxa de Évora dedicado à Virgem Maria, sob a denominação "Scala Coeli", a Escada do Céu.
O convento da cidade alentejana, integrado na Fazenda Nacional após a extinção das ordens religiosas, foi comprado por José Maria Eugénio de Almeida, em 1869, e restaurado e devolvido à Ordem Cartusiana pelo seu bisneto, Vasco Maria.
Lusa/SOL