Segundo estas previsões, o crescimento económico em Portugal será baixo, mas estável: 1,7% este ano e no próximo, 1,8% em 2017.
A inflação continuará baixa: 0,5% este ano, 1,1% para o ano e 1,3% em 2017.
O desemprego, embora a cair, irá manter-se muito elevado: 12,6% este ano, 11,7% em 2016 e 10,8% em 2017.
Sem surpresa, com o crescimento económico baixo e sem grande margem de manobra para cortar despesas, o défice orçamental estará na barreira dos 3% este ano (o que, a concretizar-se, mostra a falha de Passos Coelho quando gritou que seria de 2,7%), para depois baixar a um ritmo “de caracol”: 2,9% em 2016 e 2,5% em 2017.E isto partindo dos pressupostos que não será preciso meter mais dinheiro no Novo Banco, nem que seja preciso salvar outro banco, ou que um governo de esquerda não faça disparar as despesas.
Melhor será a trajectória da dívida pública: com um pouco mais de crescimento económico e de inflação, deverá baixar de128% do PIB (total da produção do país) este ano para 124% em 2017 e 121% em 2016. É o indicador onde se prevê a melhor evolução.
Por fim, a balança de transacções correntes, que contabiliza as nossas transacções com o exterior: saldo positivo 0,5% este ano e no próximo, 0,3% em 2017. São valores decepcionantes. Para crescer mais, Portugal devia exportar muito mais.
É melhor ter o PIB a crescer do que a diminuir, mas estas previsões apontam para um crescimento económico muito fraco e um desemprego muito elevado. O que só faz pensar que a frase que “a estrutura da economia portuguesa mudou nestes últimos quatro anos”, tantas vezes repetida nos últimos tempos, é uma treta. Fabricamos as mesmas coisas, que vendemos para mais mercados.
E, com um desemprego de 10,8%% em 2017, muito perto do nível em que estamos agora (11,9%) é óbvio que os anos de austeridade ainda não terminaram.