Castanha portuguesa cada vez mais apetecida no estrangeiro

Portugal é um dos maiores produtores de castanha da Europa, logo a seguir à Itália. Anualmente, segundo as estimativas da Associação Portuguesa da Castanha, o país produz 47.500 toneladas deste fruto. Itália, o primeiro produtor do continente europeu, contribui com cerca de 50 mil toneladas.

Um estudo conduzido pelo Centro de Investigação e de Tecnologias Agro-Ambientais e Biológicas (CITAB) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, região onde o castanheiro tem maior implantação, calculou o potencial da castanha para a economia nacional. “Estima-se”, refere o investigador José Gomes Laranjo do CITAB, no site Agronegocios, “que a castanha portuguesa possa valer anualmente, cerca de 70 milhões de euros, valor pago à produção, podendo ainda movimentar cerca de 30 milhões em fatores de produção”. Ou seja, acrescenta, “a seguir à pêra rocha é o fruto com maior exportação, valendo cerca de 30 milhões de euros”.

José Gomes Laranjo nota, por exemplo, que a área de produção de castanheiro para fruto duplicou em apenas 10  anos: passou de 14 mil hectares em 1980 para 30 mil em 1990. Atualmente, a área é de 35 mil hectares.

“Esta notável performance da castanha só é possível graças a um conjunto de pontos fortes: o facto de a produção portuguesa ser baseada nas variedades nacionais (principalmente Amarela, Bária, Martaínha, Boaventura, Judia e Longal, apresentadas por ordem de maturação da mais precoce para a mais tardia) constitui um importante fator de diferenciação a favor daquilo que é cada vez mais uma marca identitária, a ‘Castanha Portuguesa’”, defende o mesmo especialista.

A ‘Castanha Portuguesa’ é “reconhecida a nível internacional pela sua qualidade e pela excelente aptidão para a transformação industrial, fazendo com que haja atualmente uma forte pressão de procura externa sobre a nossa castanha”.

sonia.balasteiro@sol.pt