TAP: ‘O dinheiro está a chegar ao banco hoje’, diz David Neeleman

O empresário David Neeleman afirmou hoje que os cerca de 150 milhões de euros que o consórcio tinha que pagar no fecho da compra “está a chegar ao banco hoje”, revelando que receava pela falência da companhia. 

"O dinheiro está a chegar ao banco hoje. Vamos ter dinheiro para começar a fazer as coisas que temos para fazer", revelou um dos novos donos da TAP no encontro com os trabalhadores do grupo, referindo-se aos cerca de 150 milhões de euros previstos no plano de capitalização.

David Neeleman contou que há três dias tinha a preocupação que acontecesse à TAP o mesmo que aconteceu à transportadora aérea da Estónia, que declarou falência depois de a Comissão Europeia ter exigido o reembolso de 91 milhões de euros que a empresa recebeu do Estado.

"Se o Governo colocasse um centavo nesta empresa [TAP] ia começar a investigação [da Comissão Europeia]", afirmou o dono da Azul, aludindo às dificuldades de tesouraria invocadas pelo Governo para fazer a transferência das ações para o consórcio Gateway.

Na quinta-feira, o ministro da Presidência, Marques Guedes, disse que o "iminente colapso" financeiro da TAP levou o Governo a atuar de imediato no fecho da privatização da empresa, revelando que estava em causa a continuidade da operação e o pagamento dos salários aos trabalhadores.

O empresário considerou que o dinheiro injetado é "bastante", mas, contrapôs, "na aviação é pouco", apresentando a sua estratégia para uma TAP forte, que passa por ter tarifas que possam concorrer com as companhias 'low cost'.

Na sua intervenção, Neeleman lembrou que além da injeção de cerca de 369 milhões de euros — que segundo o Governo terá que acontecer até 23 de junho de 2016 — o consórcio fará "outros financiamentos", nomeadamente na renovação da frota com a encomenda de 53 aeronaves.

No total, trata-se de um investimento superior a "1.000 milhões de euros", sublinhou.

A Parpública anunciou na quinta-feira à noite a assinatura do acordo de conclusão da venda direta de 61% do capital da TAP ao consórcio Gateway, detido pelos empresários Humberto Pedrosa e David Neeleman.

Lusa/SOL