Mais de 2.000 agentes investigam atentados

A Polícia Judiciária de Paris colocou no terreno 2.200 agentes a trabalhar no inquérito criminal aos atentados ontem cometidos em Paris. Foram mobilizados 22 magistrados do Ministério Público.

Os agentes procuram  recolher de forma rápida o máximo possível de depoimentos de sobreviventes e de outras testemunhas que estavam nos  seis locais onde ontem ocorreram os atentados, no 10º e no 11º bairros de Paris (Estádio de França, Bataclan, restaurantes Le Carillon e Le Petit Cambodge, La Bonne Bière, Comptoir Voltaire e Rue Charonne).

Recorde-se que os elementos até agora recolhidos apontam para que os atentados tenham sido coordenados e realizados no terreno por três equipas de terroristas, segundo anunciou o procurador da República de Paris.

Nos locais das explosões suicidas perto do Estádio de França foram encontrados dois passaportes, um egípcio e outro sírio. Bilhetes de estacionamento de um parque de estacionamento foram encontrados no bairro Molenbeek, em Bruxelas, e levaram entretanto à suspeita de que um dos grupos de assaltantes teria conseguido fugir  para a Bélgica onde já foram feitas três detenções para averiguações.

 

Dez horas para retirar corpos do Bataclan

No Bataclan, onde houve mais mortes, a Polícia Técnica e Científica esteve a trabalhar 10 horas seguidas para recolher os corpos e identificá-los, segundo conta o jornal Libération. Uma das dificuldades prende-se com o facto de muitos dos espetadores do concerto terem deixado os seus pertences e documentos no vestiário.

Ainda só foi identitificado um dos assaltantes do Bataclan, que foi morto pela Polícia: um cidadão francês de 29 anos, com antecedentes criminais e referenciado recentemente  por suspeitas de se ter radicalizado e ter ligações a células terroristas. O pai e um irmão foram detidos pela Polícia.

A identificação dos outros três assaltantes do Bataclan deverá demorar um par de dias, pois os corpos ficaram desfeitos (fizeram rebentar os explosivos que levavam à cintura) e as brigadas ‘CSI’ francesas estão a fazer análises de ADN para depois o comparar aos dados contantes em fichas policiais.

paula.azevedo@sol.pt