Os bombardeamentos franceses de ontem ao Estado Islâmico foram uma resposta também contida. Podem perguntar porque não tinham sido feitos antes, como já ouvi. Não sei, nem sei se dentro da estratégia de guerra teriam sido urgentes. Mas souberam a boa resposta, com a contenção de quem não é simplesmente desvairado ou medieval. A retaliação é um elemento normal da guerra, que felizmente a malta do Daesh não deve saber o que é, nem sofrendo-a.
Da parte do Ocidente, orgulhamo-nos de não matar indiscriminadamente, nem por raiva – mas pacientemente, e em guerra declarada. Curiosamente, os próprios árabes agradecem a intervenção ocidental assim pensada (e já longe dos parâmetros abstrusos de Bush filho, criticados pelo próprio Bush pai, mais próximos da linguagem deles). Até porque o Estado islâmico só oferece aos seus aderentes e conquistados escravatura, raiva e morte. E, mesmo em guerra com o Ocidente, empenha-se em matar o maior número dos seus, como se vê pelos atentados no mundo árabe, ou pela forma como faz daquele povo um escudo de guerra, e carne para canhão. De facto, o que podem eles oferecer, a não ser escravatura e anti-cultura, matando a eito os seus e rebentando à bomba a cultura gerada pelos avoengos deles?
Querem talvez esforçar-se para impedir o Ocidente de certas liberdades, obrigando-nos a ser um pouco como eles. Vão de facto tornando-nos mais precavidos, e portanto maçadores. Mas sem chegarmos ao medievalismo deles. Que nem sequer têm um manual para estudarem como estiveram pouco tempo por aqui – talvez menos do que com a imigração de refugiados e imigrantes económicos, os quais, por muito que nos detestem, anseiam estar cá (e não com aquela gente que devia ser mais sua).