Nova operação policial em curso na zona de Molenbeek

A polícia belga está hoje a conduzir uma nova operação de grande envergadura em Molenbeek, em Bruxelas, tendo as forças de segurança fechado um bairro e cercado um edifício.

A operação policial em curso, que envolve a polícia federal belga, forças especiais e ainda equipas de desminagem, ocorre dois dias depois de uma outra na mesma comuna bruxelense que levou à detenção de sete pessoas por suspeita de envolvimento nos atentados terroristas de sexta-feira em Paris, que provocou 129 mortos, entre os quais dois portugueses, e mais de 400 feridos.

Três dos autores dos atentados de Paris eram cidadãos franceses que residiam em Molenbeek, uma comuna muito problemática da capital belga considerada um “ninho” de islamitas radicais, tendo dois morrido na sexta-feira, enquanto um terceiro, Salah Abdeslam, cuja fotografia foi divulgada no domingo pelas autoridades, está em fuga.

Fontes da procuradoria federal belga indicaram à televisão belga que Salah Abdeslam não foi detido.

O burgomestre de Molenbeek declarou ao canal televisivo belga RTL-TVI que a operação realiza-se “no quadro das investigações levadas a cabo desde sábado no território da comuna de Molenbeek em ligação com os atentados de Paris”.

Os ataques de Paris, perpetrados por pelo menos sete terroristas, que morreram, ocorreram em vários locais da cidade, entre eles uma sala de espetáculos Bataclan e o Stade de France, onde decorria um jogo de futebol entre as seleções de França e da Alemanha.

Entretanto, os investigadores identificaram dois novos terroristas suicidas responsáveis pelos atentados, anunciou hoje o procurador de Paris, acrescentando que um dos terroristas identificados, Ahmad Al Mohammad, tinha passaporte sírio e foi localizado na Grécia, em outubro passado.

O segundo, Samy Amimour, é um francês de 28 anos, nascido na periferia parisiense, que a justiça antiterrorista já conhecia e era alvo de um mandado internacional de captura desde 2013, disse o magistrado encarregado do inquérito, François Molins, em comunicado.

Amimour esteve envolvido no massacre de 89 pessoas na sala de espetáculos Bataclan, afirmou.

As emissoras RMC e BFM TV noticiaram, entretanto, ter sido identificado um quarto terrorista suicida, Salim, de 29 anos e natural de Paris.

Este 'jihadista' – do qual ainda não foi divulgado o apelido – foi um dos três que acionou o colete de explosivos no Bataclan.

Antes, as autoridades identificaram Ibrahim Abdeslam, irmão do homem mais procurado em França e na Bélgica, Salah, suspeito de ter integrado os comandos 'jihadistas' que cometeram os massacres de Paris, e irmão também de Mohamed, detido no sábado em Bruxelas.

O primeiro dos autores dos ataques de Paris a ser identificado pela polícia, Ismael Omar Mostefai, é alegadamente filho de uma portuguesa e de um argelino, noticiou no domingo o New York Times, citando o presidente da câmara de Chartres. Mostefai foi um dos atacantes do Bataclan.

Lusa/SOL