"O Governo, seja ele qual for, não pode deixar de ter uma palavra sobre esta matéria. O eventual encerramento desta fábrica, além da questão dos trabalhadores, terá implicações económicas e nas exportações. Não se pode encarar como mais um encerramento", afirmou Arménio Carlos aos jornalistas no final de um plenário dos trabalhadores da Triumph Internacional.
Em agosto, a empresa alemã informou os trabalhadores de que iria iniciar um processo de venda da sua fábrica de Sacavém, Loures, onde trabalham atualmente 530 trabalhadores, assegurando, contudo que os postos de trabalho não estariam em causa.
"Estamos a falar de uma empresa que sempre teve lucros em Portugal e mão-de-obra qualificada. Não há razões para fechar. A fábrica tem condições para trabalhar e produzir", afirmou o secretário -geral da CGTP-IN.
Nesse sentido, Arménio Carlos acusou a administração da Triumph Internacional de estar a agir de "má-fé" com os trabalhadores, uma vez que os anda a "iludir".
"Eles estão é a tentar fechar a empresa. Querem continuar a assegurar as vendas mas querem destruir a produção. É mais fácil e lucrativo deslocalizarem-se para a Ásia", criticou.
Por seu turno, Manuela Prates, do Sindicato dos Têxteis, Lanifícios e Vestuário do Sul disse à agência Lusa que os trabalhadores não vão desistir de lutar e vão solicitar audiências com os grupos parlamentares na Assembleia da República e com o ministro da Economia.
"É uma empresa que sempre foi elogiada pela qualidade dos seus produtos e pela qualidade dos seus trabalhadores. Não iremos ficar parados", assegurou.
Numa resposta escrita enviada à agência Lusa, fonte da Triumph Internacional referiu que a empresa está a avaliar a "alienação da sua unidade de produção em Sacavém para poder garantir a retenção do maior número possível de trabalhadores".
"A empresa tem por objetivo a venda da unidade de produção para evitar ou limitar redundâncias. Os colaboradores da unidade de produção de Sacavém recebem informações atualizadas e regulares sobre o decorrer deste processo", apontam.
A empresa refere ainda que "as vendas e 'marketing', que incluem o negócio de retalho, mantém-se como uma prioridade para a Triumph em Portugal e não serão afetadas na sua atividade".
Lusa/SOL