O jogo As aventuras do Búzio e da Coral desenvolve-se num imaginário marinho e através de atividades lúdicas como o desenho ou a mímica. Por exemplo: pedir às crianças para representarem com gestos uma situação em que seja importante dizer ‘Não’; para desenhar uma imagem que pode ser publicada na internet sem o risco de ser mal utilizada; ou para usar cubos verdes e vermelhos para identificar situações em que um pai deve ou não deixar o filho fazer o que lhe pede.
“Prevenir não é por na criança a responsabilidade de evitar o abuso. É dotá-la de conhecimentos e capacidades para identificar contactos físicos adequados e inadequados, saber expressar diferentes emoções, e saber pedir ajuda”, explica Rute Agulhas, professora do ISCTE-IUL e autora do jogo, juntamente com as psicólogas Nicole Figueiredo e Joana Alexandre.
Testado por psicólogos
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Os materiais ainda estão a ser construídos, mas o jogo já foi testado por psicólogos, crianças, pais e inspetores da Polícia Judiciária. O lançamento no mercado está previsto para fevereiro, com o apoio da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima.
O jogo é para três ou quatro crianças jogarem com os pais ou educadores, pois tem de haver sempre um adulto para resumir as ideias que as crianças devem interiorizar. Está dividido por seis temas – corpo/toques, emoções, dizer sim/dizer Não!, segredos, internet e pedir ajuda – e contém cartões com 84 atividades, com dois níveis de dificuldade, o que faz com que possa ser jogado várias vezes, sem ser repetitivo.
Em 2016, as autoras contam lançar ainda uma versão do jogo para crianças dos três aos seis anos e outra para adolescentes. A versão atual é ilustrada por Pedro Fuentes e editada pela Sílabo.