Numa carta dirigida à direção das entidades bancárias, publicada no 'site' do banco central, Nouy sublinha que "o BCE dá especial atenção às políticas de remuneração e de distribuição de dividendos das instituições financeiras sujeitas à sua supervisão e, em particular, à repercussão que as referidas políticas podem ter na manutenção de bases de capital sólidas".
"Como a política de distribuição de dividendos, a política de remuneração variável de uma entidade pode afetar notavelmente a sua base de capital", adianta Nouy na carta.
"O BCE sublinha a necessidade de se adotar uma perspetiva prudente e de futuro quando for decidida a política de remunerações de cada banco e insta os responsáveis das entidades a examinar devidamente a possível repercussão negativa da política de remunerações na manutenção de uma base de capital sólida", adianta.
Nouy sublinha a necessidade de ter em conta os requisitos transitórios da regulamentação e diretiva da União Europeia de 2013.
Por isso, "quando determinar a remuneração variável que deve ser atribuída conforme a política de remunerações da sua entidade, incluindo os mecanismos de ajustamento e reintegração de remunerações, o BCE recomenda-lhe aplicar medidas coerentes com uma trajetória conservadora – pelo menos linear – face à plena implementação dos seus requisitos de capital", refere Nouy na carta.
Mesmo assim, a presidente do conselho de supervisão do BCE pede aos responsáveis dos bancos para que a mantenham informada sobre qualquer decisão relativa à sua política de remunerações.
Lusa/SOL