Neymar junta-se aos suspeitos do costume

De jogador revelação do campeonato paulista à consagração mundial com a Bola de Ouro em apenas seis anos – pode ser este o destino de Neymar, o astro do Barcelona que esta semana ficou a saber que acompanhará os inevitáveis Lionel Messi e Cristiano Ronaldo no pódio do prémio que distinguirá o melhor jogador de…

O craque que partilha o clube com um dos adversários e a data de aniversário com o outro – tal como Ronaldo, nasceu a 5 de fevereiro – é o primeiro brasileiro a estar entre os três finalistas desde 2007, ano em que Kaká foi consagrado como melhor jogador do mundo. 

Num ano em que ganhou tudo o que havia para ganhar com o Barcelona – Liga, Champions e Taça -, Neymar junta estatísticas individuais ao sucesso coletivo. Terminou a Liga espanhola com 22 golos, o que representou um lugar no pódio ao lado de Griezmann. Mais do que ele, a longa distância, só Messi (43) e CR7, que venceu o prémio pichichi com 48 tentos. Já na Copa do Rei Neymar ultrapassou os dois rivais na corrida à Bola de Ouro, com sete golos, enquanto na Liga dos Campeões o trio ficou igualado com 10 golos, sendo o brasileiro aquele que menos minutos de jogo disputou.

Mas até será mais pelo que fez esta época que o nome de Neymar aparece capaz de ameaçar uma hegemonia de Ronaldo e Messi, vencedores de todas as Bolas de Ouro atribuídas desde Kaká. Órfão do lesionado Messi, o Barcelona foi liderado por Neymar e o uruguaio Luis Suárez, que marcaram uma dezena de golos cada um nos nove jogos disputados pelos catalães sem o argentino. O sucesso, acompanhado pela quebra de rendimento de Cristiano Ronaldo, aumentou a esperança nas hostes do Barça em torno de um pleno inédito nos três finalistas à Bola de Ouro.

Era essa a grande expectativa para o anúncio dos finalistas, já que até entre eles parece decidido o nome do vencedor. Se Neymar diz que «a Bola de Ouro está reservada para Messi», Ronaldo afirma que apesar de ter vivido «o melhor ano individual» da carreira tem poucas dúvidas quanto ao nome que vai ser anunciado como vencedor na gala da FIFA a realizar a 11 de Janeiro: «Messi vai ganhar este ano porque este tipo de competição decide-se por votos e Messi ganhou títulos».

O argentino não comenta o favoritismo, mas respondeu que «Ronado merece» a presença no pódio – onde fazem companhia um ao outro, consecutivamente, desde 2007 – apesar de admitir que «gostava de ter ficado no pódio com Neymar e Luis Suárez». Um discurso semelhante ao do treinador Luis Enrique, que reconhecendo ter alimentado a esperança de ver «um tridente de candidatos formado por jogadores do Barcelona» não deixou de lembrar que «existem outros muito bons jogadores noutras equipas».

O técnico, que fez renascer o Barcelona do tiki-taka, é também candidato ao prémio de treinador do ano, onde conta com a concorrência do mentor dessa filosofia: Pep Guardiola. Os sucessos do Barcelona, na primeira época de Luis Enrique ao leme, dão-lhe o estatuto de favorito numa luta que também tem a presença do argentino Jorge Sampaoli, técnico que no último verão levou o Chile a conquistar a sua primeira Copa América.