Claro que, para eliminar ou reduzir portagens, há que compensar financeiramente os concessionários das autoestradas: mais uma despesa para o Estado, numa altura em que temos de as reduzir para baixar o défice orçamental. Vi na televisão um deputado do PCP que afirmou mesmo que o Estado devia comprar a Via do Infante à concessionária, pois as taxas de juro estão atualmente baixas. Mas é claro que não vamos ter eternamente este ambiente de taxas de juro reduzidas, só permitidas por uma intervenção do Banco Central Europeu que deverá acabar no primeiro semestre de 2017. Além disso, segundo o tratado Orçamental que Portugal assinou, temos de reduzir a dívida do Estado, não aumentá-la.
Como disse um amigo meu: “eles (os que querem aumentos de despesa pública para pagar todo o tipo de benesses) devem pensar que o ministro das Finanças é especialista nas artes ocultas, através das quais arranja sempre dinheiro para tudo”. Eu não diria melhor. E, se não tiver essa especialidade, Centeno deve ser firme, e não aprovar loucuras despesistas.