Canon EOS760D reforça qualidade

A Canon, sobejamente reconhecida pela fotografia, levou-nos a conhecer as suas novidades. E como? A sabedoria diz que não há melhor maneira de falar de um produto do que a experimentar, e foi assim que nos presenteou. A escolha do local recaiu na capital, um edifício histórico onde a cor contrasta com riscos e ruínas…

Falamos do convento de Rilhafoles, posteriormente Hospital de Rilhafoles e a partir de 1911 é conhecido por Hospital Miguel Bombarda. Actualmente (quase) abandonado, serviu de inspiração a uma manhã de fotografias. O mote era tirar e experimentar.

Ali foi-nos revelada a nova EOS 760D, uma máquina para entusiastas da fotografia. Sim, não é para o ramo profissional… mas é capaz de iludir alguns. O corpo assemelha-se às suas irmãs profissionais, mas um pouco mais pequeno. Não é demasiado pesada, logo mais manuseável, e não deixa o braço cansado ao fim de 15 minutos a segurá-la.

Dá confiança para disparar, quase como se fossemos um fotógrafo. Quando ao corpo em si, é simplista mas com os comandos necessários. Não há muitos nem poucos. São os necessários (embora tenha sentido falta de um dedicado ao Flash). Botões bem colocados que dão acesso ao Menu, Set, modos de fotografia, além dos mais usuais. Como novidade tem o painel LCD no topo, pouco usual nestas gamas e útil, actualizando dados sobre ISO ou exposição, conectividade ou bateria.

A preencher grande parte da zona posterior está o monitor LCD manobrável de 3 polegadas com revestimento anti-manchas. Também é táctil e, além de possuir  toda a informação, dá uma ajuda preciosa na altura de escolher ajustes ou o foco (basta tocar no ponto) e disparar. 

O melhor é a sua capacidade para girar ou virar, o que permite ângulos e vistas totalmente diferentes. A parte de ser táctil deixou-me reticente. Não é negativo…mas atrapalha-me um pouco. Sem o sensor no visor que permite desligar o ecrã quando encostamos o olho para ver o nosso motivo, ‘pecamos’ com o nariz. Basta tocar no ecrã e ela foca e  disparar. Acontece aos mais distraídos, e amadores como nós, que se esquecem de clicar no respectivo botão para trocar para o viewfinder.

Outro factor importante, e positivo nestes tipos de ecrã, rotativo, é a parte do cuidado. Um ecrã fixo na traseira é sempre um alvo potencial de azares, vulgo riscos ou quebra em caso de queda.

Aqui não, Ao podermos girar o ecrã, resguardamo-lo e eliminamos quase na totalidade as possibilidades de estragos.

Mas a verdadeira questão é a fotografia, e a qualidade que obtemos quando se prime o botão. A Canon dotou-a de um sensor APS-C CMOS com 24,2mp e do rápido (e grande) processador DIGIC 6. Dá gosto ouvir o ‘clap’ a acompanhar o funcionar do obturador.

Algo que se tornou evidente foi a velocidade de resposta à pressão no botão de disparo: a rapidez com que foca, ou que permite capturar, merece boa nota mercê da velocidade com que usa os seus 19 pontos de foco cruzados. Por opção podemos escolher o tipo de foco: multi-ponto, ponto único ou de zona. Mas isso depende sempre do momento ou uso que pretendemos.

E a maneira mais fácil de o fazer, e restantes controlos e ajustes, é no ecrã. Se a parte táctil nos permite tirar ‘obras com o nariz’, nos ajustes dá jeito para alterar valores ISO ou exposição, etc. Mesmo os modos ou filtros podem ser accionados. Os valores ISO começam nos 100 e chegam aos 6400, podendo ser expandidos até aos 25 600. A incrementação deste valor cria sempre riscos de ruído, aquele granulado estranho que depois aparece nas fotos. Na experiência que tivemos não houve, e pelas provas nítidas e vivas que tiramos, comportou-se muito acima do esperado, mesmo em zonas de contrastes ou de baixa luminosidade.

Essa qualidade é bem visível nas nossas obras e guardadas em formato RAW e JPG. A acompanhar as tendências da conectividade, está provida de transferência sem fios, através de WiFi ou NFC. Desta forma podemos enviar directamente para um PC, tablet, smartphone ou para a impressora as fotos. Além disso, a conectividade permite, através da aplicação Canon, conectar e disparar a partir do smartphone ou tablet.

Como resultado só podemos dizer que é uma excelente alternativa. Se está a pensar enveredar na carreira de fotógrafo, esta é uma máquina a ter em consideração.