Lembro-me do capacete amarelo do Ayrton Senna, que sempre o acompanhou, mas também de Marco Simone do A.C. Milan, um dos primeiros futebolistas a usar chuteiras brancas, do lenço na cabeça de Slash, o mítico guitarrista dos Guns n’ Roses ou ainda de ouvir falar do excêntrico ponta de lança do Benfica , Vítor Baptista, que não abdicava do seu brinco e chegou ao ponto de parar um jogo de futebol pa-ra que o procurassem quando o perdeu.
Eu sempre tive desde jovem o gosto por luvas sem dedos – que compro sempre que encontro algumas que goste e levando a que por vezes me perguntem se tenho algum problema nas mãos enquanto outros elogiam ou brincam com a situação. Tenho também o casaco azul-mar de que não abdico sempre que visto a pele de Corto Maltese e passo música em alguma discoteca ou bar.
São marcas que nos acompanham, que acabam por nos caracterizar de uma forma ou de outra e que se tornam selos de identificação pessoal, traços da nossa imagem que nos fazem ser reconhecidos ao longe ou deixar rasto por onde passamos.
Todos nós temos objetos pessoais especiais que nos ‘perseguem’ por toda a vida, nem sempre pelo show-off ou para que reparem em nós, mas por de facto terem estado connosco em determinados momentos importantes. É assim também na noite: o DJ de headphones brancos, a barmaid de laço ou até o sócio que faz questão de não abdicar da sua écharpe. São também esses pequenos apontamentos que fazem o carisma das pessoas e da noite ou do espetáculo algo tão único.