Sporting. Alto e pára o bailinho na Madeira

Em quatro dias o União fez cair dois grandes do futebol português. A fava calhou ao Sporting, que não perdia há 24 jogos para o campeonato.

Rola a cassete e o som fica no ouvido: “Quando a cabeça não tem juízo, quando te esforças mais do que é preciso, o corpo é que paga”, tá bem António (Variações). A música encaixa na exibição esforçada mas inglória do Sporting na Choupana. Mas quem pagou, para além do corpo de cada um dos jogadores leoninos que entraram em campo, foi a própria equipa, que deixou na Madeira três pontos preciosos na corrida ao título. Toca o alarme: dia 2 de janeiro joga-se o clássico vs FC Porto. Um jogo de alto risco para as aspirações das duas equipas.

Depois de ter colocado em sentido o Benfica na última quarta-feira (0-0), o União voltou a gravar o nome na história ao vencer pela primeira vez um dos grandes do futebol português (1-0). Estranho? Só para quem não viu os jogos. Os madeirenses já são a equipa que mais pontos roubou aos três da frente (quatro).

Um golo apenas de Danilo Dias (69’) caçou o leão, que sofreu a segunda derrota consecutiva em provas nacionais. Um deslize que não acontecia no campeonato há 24 jogos – o último tropeção remonta a março de 2014, no Dragão (3-0).

O último jogo de 2015 para a 1.ª Liga trouxe um Sporting à procura de se desenvencilhar da teia defensiva do União. Aos de Norton de Matos um ponto era suficiente para o Natal chegar mais cedo. Mas os homens de verde-e-branco queriam mais. O problema é que nem sempre querer é poder. Ou melhor, quem não marca sofre (e há mais destas máximas).

Apesar da pressão leonina, que esbarrou sempre nas luvas de André Moreira, de 20 anos, foi Danilo Dias a aproveitar uma desatenção defensiva da equipa de Jorge Jesus para selar o resultado final. Oportunidades não faltaram para os leões chegarem, no mínimo, ao empate, mas a bola nunca entrou. Faltou também pragmatismo na hora H. Mérito do jovem guardião.

“Isto é o futebol. A única vez que o U. Madeira foi à nossa baliza fez um golo. E nem rematou, foi uma cabeçada”, justificou assim a derrota Jorge Jesus no final do encontro. Já Norton de Matos preferiu destacar a “vitória extremamente saborosa”. Há Dias assim, que o diga Danilo.