Tamir Rice estava num parque infantil de Cleveland quando começou a apontar a arma ao acaso. A polícia foi chamada e respondeu com um disparo mortal sobre o rapaz. Ontem, soube-se que o agente que o matou e o seu parceiro não vão ser acusados, em linha com o pedido nesse sentido feito pelo procurador.
A lei dá o benefício da dúvida às forças de segurança que têm de tomar decisões “em segundos”, sustentou este último, e “ficou claro” que a conduta dos agentes não foi criminosa. A morte do rapaz não foi um crime, mas uma “tragédia”, disse.
Quer a família do rapaz, quer ativistas vinham a criticar a lentidão do processo e a investigação levada a cabo pelo procurador. Consideravam que o inquérito não estava a ser bem conduzido e que nunca haveria uma acusação.
A morte de Tamir causou revolta nacional e engrossou o movimento Black Lives Matter. Agora, a decisão judicial relativa ao seu caso aparece num momento em que as autoridades voltam a ser questionadas pela morte de cidadãos negros.
No sábado, os agentes responderam ao pedido de um pai que pedia auxílio numa discussão com o filho. O jovem, de 19 anos, e uma vizinha, de 55, acabaram mortos. “Porque é que disparam primeiro e perguntam depois?” queixa-se uma amiga da mulher. “É ridículo!”.
O Departamento de Polícia de Chicago está neste momento a ser investigado por causa do assassínio de Laquan McDonald, um rapaz de 17 anos sobre quem a polícia disparou 16 vezes também em 2014. O agente está a ser julgado por homicídio.