Convém ver como tudo é diferente entre ambos. Ribeiro e Castro diz coisas anacrónicas como: ”as autarquias são para os democratas-cristãos o que os sindicatos são para os socialistas.” Uma frase totalmente deslocada do contexto. Apesar de ser um bom orador, é positivo que tenha tiradas adequadas à audiência.
E isso Paulo Portas tem. Boné na cabeça, copinho numa mão, lá vai ele cumprimentando os feirantes, como se a seguir pudessem ir todos juntos comer umas bifanas.
Portas faz de conta que é um menino do povo, mas não é. Basta ver-lhe aqueles discursos em que ele engrossa a voz e estica o dedo indicador (com um bigodinho, esses discursos fazem mesmo lembrar os de Hitler, não é?). Portas nasceu para exercer o poder, mesmo que isso imponha recuos táticos que depois resultam em avanços estratégicos, como com a demissão “irrevogável“ de em 2013.
Vai uma aposta sobre em quanto tempo ele se irá aguentar como oposição à oposição? Dois anos, como da última vez? Parece-me razoável.
E, como a demissão de Portas estilhaçou totalmente o quadro parlamentar, podemos ter grandes surpresas no futuro. Vivemos tempos interessantes.