Paulo Portas demite-se da liderança do CDS

Não, não estamos em 2005, quando Portas se demitiu na sequência da maioria absoluta do PS, para depois se sentar ao lado dos seus correligionários (os deputados ele tinha escolhido), fazendo a vida negra ao novo líder do CDS, José Ribeiro e Castro.

Convém ver como tudo é diferente entre ambos. Ribeiro e Castro diz coisas anacrónicas como: ”as autarquias são para os democratas-cristãos o que os sindicatos são para os socialistas.” Uma frase totalmente deslocada do contexto. Apesar de ser um bom orador, é positivo que tenha tiradas adequadas à audiência.

E isso Paulo Portas tem. Boné na cabeça, copinho numa mão, lá vai ele cumprimentando os feirantes, como se a seguir pudessem ir todos juntos comer umas bifanas.

Portas faz de conta que é um menino do povo, mas não é. Basta ver-lhe aqueles discursos em que ele engrossa a voz e estica o dedo indicador (com um bigodinho, esses discursos fazem mesmo lembrar os de Hitler, não é?).  Portas nasceu para exercer o poder, mesmo que isso imponha recuos táticos que depois resultam em avanços estratégicos, como com a demissão “irrevogável“ de em 2013.

Vai uma aposta sobre em quanto tempo ele se irá aguentar como oposição à oposição?  Dois anos, como da última vez? Parece-me razoável.

E, como a demissão de Portas estilhaçou totalmente o quadro parlamentar, podemos ter grandes surpresas no futuro. Vivemos tempos interessantes.