A segunda conquista seguida da Taça dos Campeões pelo Benfica era a primeira de Eusébio, mas o Pantera Negra brilhava também nas competições internas. Daí não poder chamar-se ‘surpresa’ a conquista da Bola de Ouro.
«Não foi porque o Eusébio já tinha sido campeão europeu, já tinha dado a conhecer todo o seu valor à Europa, mas é a primeira consagração ao Eusébio pelo seu valor», contou António Simões, assistente nos mais de 600 golos do avançado durante a carreira no Benfica e na seleção nacional.
É dele a melhor definição de Eusébio enquanto atleta – «Há um jovem fisicamente perfeito para a prática do futebol, cuja coordenação é muito acima de qualquer outro e depois tem a arte e o talento», analisou-o numa entrevista à Lusa. A dúvida que se seguiu foi pragmática: «Obviamente que se percebeu que ele ia ser um grande jogador, indiscutível, e entrámos na discussão de quem é que ia sair para ele entrar».
A conquista da Bola de Ouro, que no ano seguinte lhe fugiria para as mãos do inglês Bobby Charlton, depois de uma votação que enfureceu Eusébio (perdeu apenas por um ponto), só seria imitada por um futebolista português muitos anos depois: Luís Figo, que venceu em 2000, quando acabara de trocar o Barcelona pelo Real Madrid.
Seria novamente no clube de Madrid que outro português, Cristiano Ronaldo, veria o seu nome inscrito no prémio. Mas estenão levou apenas uma Bola de Ouro para casa: já vai em três, todas em exposição no Museu CR7, na Madeira.