Quando estiver concluído – prevê-se que em setembro de 2016 – vai ser um dos principais marcos culturais e urbanos da ‘nova Lisboa’. E uma atração obrigatória quer para turistas estrangeiros, quer para os alfacinhas. Mas os responsáveis preferem manter-se cautelosos em relação à data de abertura, pois sabem que raramente os prazos das obras são cumpridos à risca. Esta semana, Miguel Coutinho, o presidente da Fundação EDP, reconheceu ao Diário de Notícias: «Há uma data de abertura que não publicitámos porque sabemos que as obras têm tendência a derrapar, em Portugal e no mundo».
Seja como for, o Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT) já começou a transformar a paisagem lisboeta: quem visitar a zona ribeirinha de Belém pode ter um vislumbre da ‘bossa’ que está a nascer perto da Central Tejo, o edifício de tijolo iniciado em 1914 e terminado em 1921. De linhas curvas ultramodernas, o novo projeto, da autoria do ateliê de Amanda Levete – arquiteta britânica que já venceu o prestigiado prémio RIBA Stirling e assinou edifícios como a extensão do museu Victoria and Albert, em Londres, ou o Edifício Selfridge’s em Birmingham – já foi comparado a uma concha. Possui uma fachada em cerâmica e uma rampa que permite aos transeuntes caminharem tranquilamente sobre o teto da construção, descrito como «uma plataforma panorâmica para o Tejo e para toda a área cultural de Belém».
«Este é um projeto sobre água, luz, reflexos e pessoas. Queremos criar um edifício que capte a essência desta zona ribeirinha única e da extraordinária luz de Lisboa», afirma a arquiteta. Um viaduto pedonal, que desemboca perto do novo Museu dos Coches, assegurará a passagem sobre a linha de caminho-de-ferro.
Segundo um comunicado da fundação, «o MAAT, Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, vai centrar-se na cultura contemporânea, através da combinação de artes visuais e media, arquitetura e cidade, tecnologia e ciência, sociedade e pensamento. A partir de um património físico único, uma coleção de arte portuguesa em expansão e um inovador programa de exposições, o novo museu da Fundação EDP será um espaço para a descoberta, a reflexão crítica e o diálogo internacional». No total, serão cerca de 7 mil m2 destinados a exposições e lazer.
A direção da programação está a cargo de Pedro Gadanho, que em 2012 foi convidado para ocupar o cargo de curador de Arquitetura e Design do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA). Condecorado por Cavaco Silva neste mês de Dezembro, o arquiteto e curador afirmou que decidiu regressar a Portugal «com o sentido de que poderia continuar a fazer cá aquilo que sempre tentei fazer nos lugares pode onde passei».
A primeira exposição do novo equipamento será dedicada à luz. Lightopia, em colaboração co mo Vitra Museum (em Weil am Rhein, Alemanha), mostrará através de 300 obras «como a luz elétrica determinou a vida moderna».